Um estudo de pesquisadores estrangeiros concluiu que a maioria dos gatos pensam que seus donos são os seus pais.
Pesquisadores da Oregon State University, nos Estados Unidos, fizeram um estudo sobre o comportamento de gatos de 3 a 8 meses, onde estes animais demonstraram apego com os seus donos. A pesquisa foi publicada na revista científica Current Biology, onde mostraram o resultado de que os gatos têm habilidades sociocognitivas, e assim como os bebês, veem seus donos como seus pais, criando um sentimento de apego muito forte.
A princípio, o estudo classificou os gatos usando os mesmos critérios usados pelos bebês humanos, onde foram classificados em quatro categorias diferentes: seguro, ambivalente, evitativo e desorganizado. Assim, os pesquisadores analisaram o comportamento de um grupo de gatinhos que passaram 2 minutos dentro de uma sala com o seu dono, seguido por uma fase onde o animal de estimação permanece no local sozinho. Dois minutos depois, o dono voltou na sala por mais 2 minutos.
Após o retorno do dono, os animais com ‘apego seguro’ exibiram uma resposta de estresse reduzido, enquanto os com ‘apego inseguro’ permaneceram estressados e tiveram comportamentos como proximidade excessiva, apego ambivalente, comportamento de evitação ou desorganizado. Entenda abaixo:
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1. Seguro: pouca ou nenhuma resistência ao contato ou interação, sendo ativo, aberto e positivo.
2. Inseguro-ambivalente: comportamento exagerado de busca de proximidade e apego, mas pode lutar se for segurado pelo dono. Sofrimento persistente misto com esforços para manter o contato físico e/ou comportamento fisicamente intrusivo dirigido ao dono.
3. Inseguro-evitante: demonstra pouca ou nenhuma angústia na partida do dono. Pouca ou nenhuma resposta visível para retornar, ignora o dono, mas não pode resistir totalmente à interação.
4. Inseguro-desorganizado: evidência de forte conflito de evitação de abordagem ou medo no reencontro.
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Ao falar de “apego seguro”, isso indica que o animal confia que seu cuidador irá cuidar de suas necessidades e se sente à vontade para explorar ao seu redor.
Enquanto isso, os gatos de “apegos inseguros” tendem a correr e se esconder quando são deixados, exibindo ansiedade ou medo em relação aos seus donos, contorcendo o rabo e até mesmo evitando seus donos quando eles retornam.
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Quanto aos resultados, o estudo científico demonstrou que 64% dos gatinhos exibiram um estilo de “apego seguro” com seus donos, além de terem ficado menos estressados quando se reuniram novamente. Já os outros 36% dos gatos tinham um estilo de ‘apego inseguro’ e não foram afetados emocionalmente quando seus donos foram embora ou voltaram.
Para determinar se o estilo de apego pode ser previsto apenas pela socialização diferencial e oportunidades de reforço, uma parte dos gatos foram inscritos em um treinamento de 6 semanas, com a intervenção de socialização com seu cuidador. Ao comparar com aqueles que não passaram pelo treinamento, porém, não tiveram diferenças significativas.
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Além disso, embora o resultado indique que o reforço social seja provavelmente um fator que contribui com o desenvolvimento de um estilo de apego, uma vez que um estilo de apego é estabelecido, ele parece permanecer relativamente estável ao longo do tempo.
Assim, a pesquisa pode sugerir que fatores hereditários, como temperamento, também influenciam o estilo de apego e podem contribuir para a estabilidade do animal.
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A conclusão é que os gatos, assim como a maioria dos animais domesticados, criam um sentimento de apego em relação ao seu dono, que permanece até a idade adulta, ou seja, eles sempre querem estar próximos de seus donos, o que comprova que eles pensam que somos os seus pais.
Ainda segundo o estudo, os dados atuais apoiam a hipótese de que estes animais tem uma capacidade semelhante para a formação de apegos seguros e inseguros em relação aos cuidadores humanos, também demonstrado anteriormente em crianças.
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A partir disso é possível afirmar que os felinos veem os seus cuidadores como uma fonte de segurança, assim como as crianças fazem com os seus pais. O estudo da Oregon State University ainda fornece evidências de que esse sentimento também se estende aos apegos entre espécies, onde os gatinhos são tão apegados aos seus cuidadores quanto os cães.