Baphomet chamou a atenção nas redes sociais, especialmente quando apareceu ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), gerando especulações sobre uma possível ligação com a maçonaria. No entanto, a história por trás dessa imagem é mais complexa do que parece.
A imagem de Baphomet gerou reações intensas, inclusive entre os apoiadores do atual presidente da República, que ficaram chocados ao ver uma representação que lembra um bode ao lado de Bolsonaro e outros homens. No entanto, descobriu-se que a foto em questão era manipulada e não representava uma situação real.
Veja a seguir:
Então, o que exatamente é Baphomet?
A imagem em questão refere-se a Baphomet, que para as religiões cristãs é classificada como uma das representações do demônio, pois é um símbolo associado à magia, alquimia, bruxaria, satanismo e esoterismo, especialmente durante a ascensão do cristianismo e a perseguição aos pagãos.
Baphomet, muitas vezes representado como uma figura com cabeça de bode, asas de anjo e um pentagrama na testa, é uma figura que tem suas raízes profundas na história e na mitologia ocidental. Sua origem remonta a séculos atrás, associada a diversas tradições esotéricas e filosóficas que desafiam os conceitos convencionais de bem e mal.
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A palavra “Baphomet” é frequentemente atribuída a uma interpretação distorcida da palavra “Mahomet” (Maomé), o profeta fundador do Islã. No entanto, a figura de Baphomet ganhou destaque na Idade Média, especialmente durante os julgamentos da Ordem dos Templários, um grupo de monges guerreiros que foi acusado de heresia e adoração a Baphomet no século XIV.
Os Templários, que originalmente foram estabelecidos para proteger os peregrinos cristãos durante as Cruzadas, tornaram-se alvo de inveja e suspeita por parte da Igreja e dos governantes seculares devido à sua riqueza e poder. As acusações de adoração a Baphomet foram parte de uma campanha difamatória para destruir a ordem e apoderar-se de seus bens.
A imagem de Baphomet, como conhecemos hoje, foi popularizada no século XIX por ocultistas como Eliphas Levi, que a descreveu como um símbolo da harmonização de dualidades, incluindo masculino e feminino, luz e sombra, bem e mal. Para muitos ocultistas, Baphomet representa a busca pela iluminação espiritual e o equilíbrio entre as forças opostas que existem dentro de cada ser humano.
Em seu livro “Dogma e Ritual da Alta Magia”, Levi descreve a imagem de Baphomet como a “magia absoluta”.
Levi afirma: “A tocha representa a inteligência do ternário; a cabeça de bode, a responsabilidade da matéria e a expiação dos pecados; as mãos humanas, a santidade do trabalho”.
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Popularizado por Levi serviu de inspiração para o místico Aleister Crowley, para quem Baphomet é uma entidade andrógina que incorpora vida, amor, medo, luz e liberdade absoluta.
Aleister Crowley é considerado o místico mais renomado, e sua história serviu de base para filmes e músicas do cantor britânico Ozzy Osbourne.
Mas por que a imagem de Baphomet está em alta nos dias de hoje?
A resposta a essa pergunta reside em uma série de fatores. Em parte, o ressurgimento do interesse pelo ocultismo e pelo esoterismo nas últimas décadas tem levado a uma reavaliação de figuras como Baphomet, vistas não mais como símbolos do mal absoluto, mas como representações complexas e multifacetadas do inconsciente humano e do cosmos.
Além disso, o crescimento do movimento de liberdade religiosa e espiritual tem levado a uma maior aceitação e compreensão de sistemas de crenças alternativos, incluindo o satanismo moderno e outras tradições que incorporam a figura de Baphomet como um símbolo de resistência contra o dogma religioso e a opressão.
Sua imagem continua a fascinar e intrigar as pessoas ao redor do mundo, desafiando noções convencionais de bem e mal e provocando reflexões sobre a natureza complexa da espiritualidade e da experiência humana. Enquanto para alguns ele permanece como um símbolo de terror e desgraça, para outros é uma fonte de inspiração e sabedoria oculta, convidando-nos a explorar os mistérios do universo e de nossa própria psique.
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