O ser humano é complexo, desde o momento da consciência de sua existência, se tem criado teorias, “verdades” e explicações, desde que este passou a habitar esta terra.
Pretendo neste texto, sob uma perspectiva panorâmica e geral, descrever, de forma clara e sucinta, como funcionamos. Não pretendo detalhar neste momento todas as etapas do desenvolvimento, ou as várias teorias que abordam o mesmo fenômeno, seria demasiadamente exaustivo, não é este o propósito.
Para saber como funcionamos (sujeito, indivíduo, ser humano são sinônimos), primeiramente precisamos compreender as dimensões que totalizam o sujeito, independente do tempo, cultura ou história.
São as três dimensões do sujeito, a saber, ele é bio-psico-social. Essas dimensões não são separadas. Na prática, os conceitos aqui separados são puramente didáticos, elas se interagem e influenciam-se mutuamente.
A dimensão biológica é fácil de entender. Refere-se às estruturas biológicas que nos formam e nos compõem. Ciências como a medicina, por exemplo, estudam o sujeito nesta dimensão, priorizando como eminentemente bio.
A dimensão do psico são as emoções, pensamentos e linguagem. O social é a relação do sujeito com o meio e a forma com que este interage com ele.
São três dimensões que devem ser vistas em sua totalidade, nesse sentido, forma-se o biopsico, relações das questões biológicas com as psicológicas; o psicossocial, relação do psicológico com o meio social; e o biossocial, relação do corpo com as mudanças e influências sociais, formando as três dimensões que se interagem e influenciam-se mutuamente.
Se parar e olhar para a vida, perceberá essas dimensões agindo e se relacionando. Isso já faz o ser humano altamente complexo.
Qualquer ação sobre este fenômeno precisa ser observado em sua totalidade. Qual delas é a mais importante? A resposta é: depende, varia de acordo com a necessidade e vivência de cada sujeito. Por exemplo, uma pessoa que nasceu sem poder andar, pode se desenvolver perfeitamente, mesmo com sua limitação e essa dificuldade biológica não será um problema; uma outra pessoa, por exemplo, ao sofrer a perda do seu cônjuge, embora biologicamente saudável, pode não querer mais viver e buscar um caminho ruim para si. Um outro exemplo é nascer com um problema neurológico que atinge gravemente a cognição e os pensamentos abstratos, neste caso, o bio influencia todas as demais dimensões.
Para concluir, não há uma “receita de bolo” para a existência humana, se houver, desconfie, pois, como já foi visto, somos um eterno vir a ser.
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