A voz do silêncio nos fala: o ruído é dos homens, o silêncio é de Deus.
Quanto mais silencioso o homem se torna, mais se aproxima de Deus; e o silêncio absoluto que parece ser ausência e vacuidade é presença, é plenitude. É a fonte das grandes revelações, das inefáveis inspirações. É nas profundezas do silêncio dinâmico que o homem descobre a verdade. A verdade libertadora sobre si mesmo, sobre Deus, sobre o universo.
Universo – um em diversos, uma só causa real e muitos efeitos realizados. E quando o homem atinge esse uno e esse único do centro, começa ele a compreender os diversos e os múltiplos de todas as periferias. É no abismo do silêncio criador que o homem descobre o segredo da harmonia consigo mesmo, da harmonia com os seus semelhantes e da harmonia com a própria Divindade.
Descobre o Deus, do mundo no mundo de Deus. Unidade sem diversidade é monotonia, diversidade sem unidade é caos. Mas unidade na diversidade é harmonia, é o universo, a harmonia cósmica.
Depois de fecharmos as portas a todos os ruídos do ego físico, mental e emocional, a todos os sentimentos, pensamentos e desejos, abramos de par em par, as portas da consciência espiritual, entremos agora no terceiro céu, no vasto nirvana da realidade suprema. Eclipsou-se o mundo objetivo das aparências efêmeras, despertou o mundo subjetivo da verdade eterna. Para além de tempo e espaço, entra o homem no eterno e no infinito.
Por José Batista de Carvalho