Um verdadeiro bombardeio de informação, é essa a definição para os dias. Me sinto invadida com tantos estímulos visuais e intelectuais. Consumo o que não tem a ver comigo, crio desejos por algo criado.
Boas vindas ao modo automático de viver!
Ocupamos o ócio com o banal. Entramos na contramão em alta velocidade e parece legal viver perigosamente. Ligamos o dane-se para o perigo, nós aprendemos a simplesmente ir. Não existe mais nada além de uma vida ocupada demais para ser boa. Somos a turma do vazio.
Tenho tudo aquilo que quero, mesmo sem poder. Sou tudo aquilo que digo e não a atitude que tenho. Sou completo, completamente vazio. Sou ativista de rede social e reclamão na vida real. É legal ser digital, mas chato viver.
Dá um trabalho aceitar o vazio de uma vida ocupada demais.
Dá trabalho aceitar que andamos ocupados demais com coisas sem importância, mas quando a gente se liga, desliga. Talvez por isso sejamos a geração com maior índice de depressão, o mal do século. Preferimos o vazio do que discutir pelo copo meio cheio. Tudo se torna uma desculpa, mas escuta. Escuta quem te cuida e não quem te culpa.
Desliga do elogio e olhe para a crítica construtiva. Evite fazer parte desse tempo que dizem ser líquido, construa relações sólidas com as pessoas. É foda demais esse lance do descartável. Não se ocupe com o que te preocupa. Não alimente a ansiedade que você tropeça vez ou outra. Aliás, não alimente ou crie os filhotes de monstros que moram aí dentro.
É bom voar, mas é melhor ficar. Pés grudados no chão e coração voltado ao que interessa. Não se engane com promessas ou pessoas. Confia no que é teu. O que é teu chegará até você no momento certo. No momento em que você não se preocupar, ou se ocupar.
Desocupa. Escuta. Desliga. Cuida. Preencha. Transborde. Colabore. O mundo precisa de inteiros e sólidos.