Educar os filhos é um grande desafio! Qual mãe ou pai nunca se sentiu angustiado ou em dúvida em relação a qual a melhor atitude diante de determinados comportamentos dos filhos?
O que fazer? O que dizer? Como proceder diante de uma atitude errada ou um comportamento indisciplinado? Como estabelecer limites e educar da melhor maneira?
Como agir diante do comportamento rebelde no supermercado ou da falta limites na escola?
O que fazer quando o filho não respeita o que os pais falam e parece fazer o oposto apenas para chamar a atenção?
Não se desespere! Você não está sozinho. As dificuldades em educar os filhos apenas mudam de endereço, mas existem em todos os lares, seja em menor ou maior proporção.
As situações citadas acima são apenas alguns dos dilemas compartilhados por muitos pais, principalmente quando estes são de primeira viagem e não se tem muita experiência no assunto. Afinal, as crianças não nascem com manual de instruções de como educá-las.
E isso é fato. Não existe manual, receita mágica, muito menos um roteiro definido para educar os filhos. Contudo, existem alguns conceitos importantes que devem permear as ações dos pais na desafiadora e gratificante missão de educar os seus herdeiros.
1. Seu filho é único, não o compare a ninguém
O primeiro ponto a compreender é que cada criança é única, com uma personalidade e um jeito único de ser. Portanto, tudo aquilo que funciona na educação dos filhos do seu colega de trabalho ou do seu vizinho, pode ou não funcionar com o seu filho. Da mesma forma, a sua família também é única e influência de uma forma singular a educação e os comportamentos dos seus filhos.
Assim, nada de ficar comparando o seu filho com os filhos dos seus amigos, conhecidos ou familiares. Isso tem um efeito nocivo para a criança, pois o simples fato dela ser única faz com que ela também tenha um jeito único de aprender, comportar-se e ser educada. É claro que existem conhecimentos e experiências que devem ser compartilhadas entre os pais e que funcionam na educação da maioria das crianças, mas é preciso analisá-los de acordo com o perfil de cada criança, cuidando para não padronizar comportamentos.
2. Estabeleça regras e limites
Vivemos em uma sociedade permeada de regras, limites e leis, e dentro de nossas casas não deve ser muito diferente. Se não ensinarmos nossas crianças a respeitar regras e limites em casa, através do amor e carinho dos pais, mais tarde o mundo lá fora irá lhes ensinar de uma forma bem mais dura e cobrará as consequências de seus atos, sem aliviar em nada.
Então, estabeleça regras e limites, desde os primeiros anos de vida de seus filhos e nas pequenas atividades do dia a dia. Determine o horário de brincar, o lugar e a forma de organizar os brinquedos, a forma de comportar-se à mesa, o que pode ser comprado no supermercado, entre outros combinados.
3. Permita que seus filhos vivam as consequências de suas atitudes
E se a criança não respeitar as regras e os limites determinados ou as ordens dos pais? O que fazer? Permita que ela viva as consequências das suas atitudes. Cada ação que infringe uma regra ou um limite imposto pelos pais deve ter uma consequência. E muito cuidado para não se deixar levar pelo sentimento de pena ou de compaixão demasiada.
Vejamos um exemplo: se o combinado na sua casa é de que após brincar o seu filho deve guardar os brinquedos que utilizou e ele não o fez, estabeleça uma consequência para isso, seja não deixá-lo brincar com determinados brinquedos da próxima vez ou deixá-lo sem alguma atividade de que gosta.
Mas atenção: não diga ou prometa algo e depois volte atrás, pois você perderá o respeito do seu filho. Antes de tomar qualquer decisão, pense com seriedade para não estipular consequências severas demais e depois ter de voltar atrás.
4. Delegue atividades e construa autonomia
Desde pequeno, a criança deve desenvolver o senso de responsabilidade e contribuir nas atividades de casa. De acordo com a idade os pais devem delegar pequenas atividades aos seus filhos, como guardar os brinquedos, arrumar a cama, arrumar sua mochila da escola, ajudar a cuidar do animalzinho de estimação, vestir-se, entre outras. Pequenas delegações não fazem mal algum aos seus filhos, mas contribuem para a formação de pessoas autônomas, colaborativas e responsáveis.
5. Amar não significa proteger em demasia
Muitas vezes, a indisciplina dos filhos é maquiada com amor. Quantas vezes já nos deparamos com a situação de pais que não estabelecem regras e limites aos seus filhos ou que até os estabelecem, mas não conseguem fazê-los vivenciar as consequências de seus atos com a desculpa que de não conseguem vê-los sofrendo determinada consequência de suas atitudes? Quantos pais posicionam-se contra os professores defendendo os filhos e negando seus comportamentos indisciplinados, quando na verdade os filhos comportam-se da mesma maneira na presença dos pais?
Proteger em demasia, aliviar consequências, deixar passar batido pequenas indisciplinas vão contribuindo para a formação do seu filho. Então, pode até doer um pouquinho deixá-lo sem brincar ou restringi-lo de alguma coisa de que gosta porque não teve um comportamento bacana, mas acredite, essa é a melhor expressão de amor que um pai pode ter por um filho.
Amar um filho é educá-lo para o melhor, ensiná-lo a viver valores éticos e contribuir para a construção da sua autonomia.
6. Seja o exemplo
De nada adianta dizer à criança que não é bom ficar muito tempo brincando com aparelhos eletrônicos, se você mesmo não desgruda do seu celular. O seu exemplo sempre falará mais alto que as suas palavras. É como dizer para a criança que o correto é pôr o papel na lixeira, ao mesmo tempo em que você joga o lixo pela janela do carro. É preciso congruência entre o falar e o agir.
Então, com as dicas em mãos, demonstre todo o amor que você tem por seus filhos, educando-os para a felicidade e a autonomia, e não para a frustração e sofrimentos futuros. Saiba dosar e equilibrar amor e educação.
Até breve!