As pessoas que estão em nossas vidas são evidências daquilo que somos.
Isto é especialmente frustrante, quando temos pessoas que nos fizeram mal, que nos desiludiram ou que acreditamos não terem nada a ver conosco. Na verdade, elas têm sempre tudo a ver conosco, pois são resultados em carne e osso daquilo que acreditamos, da maneira como nos vemos.
Há uma grande tentação em querer consertar as pessoas e as relações que temos com elas, mesmo que esse conserto passe por nos mudarmos para agradá-las, mas a mudança é muito mais óbvia, embora mais profunda. Temos que nos sentir bem e seguir em frente.
Às vezes, perdoar é deixar ir, é ignorar.
Quando circunstâncias negativas acontecem num relacionamento, é sinal de uma resistência que temos em nós e precisamos ultrapassar.
Amizades acabam, na maioria dos casos, por duas razões: por uma discórdia ou por perda de contato. A resistência que causa a discórdia é sempre emocional. Se perdemos contato com alguém, é por alguma mudança em nossa frequência causou o “fim” dessa amizade.
Há fases que mais parecem saltos quânticos, em que as pessoas parecem afastar-se de nós sem razão, e daí entendemos que essas amizades não fazem falta, e seguimos o nosso caminho.
Mas, às vezes, pode ser doloroso reconhecer que não temos alternativa, senão deixar essas pessoas seguirem, e podemos até duvidar do nosso próprio valor como pessoas e no nosso comportamento nas amizades.
Achamos que foi culpa nossa aquela pessoa ter deixado de falar conosco, de ter ficado zangado, de ter se afastado.
A razão para essas circunstâncias estranhas que causam o fim das amizades é, mais uma vez, emocional.
A vida é uma constante viagem emocional. Antes, navegávamos por todo o espectro emocional, e podíamos permanecer na energia do drama por longos períodos de tempo. Achávamos que era um hobby falar dos problemas e tentar resolvê-los.
Mas chega à altura em que deixamos disso e decidimos fluir com a corrente. Mas as pessoas que lutam contra a corrente acham que estamos relaxados demais e alertam-nos para esse fato, enquanto continuamos tranquilos até que elas decidam interferir e puxar-nos de volta para o drama. Mesmo que esse não tenha um motivo racional.
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Podemos causas raiva às pessoas do nosso passado quando as mesmas nos veem passar para outro patamar, pois elas têm a ilusão de que, de alguma forma nós nos achamos superiores. Mas o patamar é sempre emocional. Nós simplesmente escolhemos ser mais felizes, preocuparmo-nos menos com os problemas, mas isso não faz de nós pessoas más ou egoístas.
Há uma ideia errada que as pessoas têm do que significa ajudar o outro, de estar lá para o outro: se alguém está triste, você tem que ficar triste também, para assim saber o que realmente significa. Se quer ajudar o seu amigo com um problema, tem que tentar resolver esse problema.
Mas a única maneira de ultrapassar um problema é relaxar sobre o assunto e depois, a solução vem. E a solução está sempre na pessoa que vive o problema.
E há aquelas pessoas que perpetuam essa “má fase”, e que se encontram num buraco tão fundo que culpam os outros por permanecerem nesse problema.
Apenas podemos ser um exemplo. Se alguém nos trata mal, faz-nos sentir culpados e demonstra sinais claros de não querer estar conosco. Deixemos essa pessoa descobrir por si mesma a solução, a devido tempo.
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As amizades que tivemos são evidência da nossa energia passada.
Fantasmas do passado podem assombrar a nossa memória, fazendo-nos sentir culpados pela maneira como as coisas acabaram. Ou amizades que eram tempestuosas podem ressuscitar sob a forma de pessoas renovadas, que decidiram deixar o drama e encontram novamente afinidade conosco.
Às vezes, perdoar é deixar ir, é ignorar. Se fantasmas das amizades passadas o atormentarem, reconheça que são evidências da energia que ainda pratica, por isso decida seguir em frente, em vez de agarrar-se àquilo que foi feito antes – porque aquilo que fazemos agora é o que achamos mais correto.
Agradeço a todas as pessoas que me ensinaram a perdoar, quer tenham discordado comigo, quer pela ausência de contato.
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