Continue acreditando no amor, mesmo que suas feridas o levem a querer desistir. Você deu o seu melhor a quem não merecia; a dor não é culpa sua.
Desde o momento em que escolhemos nos relacionar afetivamente, nosso âmago sabe que existe a chance de nos magoar, mas continuamos mesmo assim. O amor é como um rio pelo qual várias pessoas já se banharam e contam das suas experiências. Alguns passaram por águas calmas, boiando tranquilamente no caminho. Outros não tiveram tanta sorte e enfrentaram correntezas fortes, a violência da água.
Nós ouvimos as experiências dos outros atentamente sobre esse efusivo rio e, a maioria de nós, contraria nosso bom senso e decide pular na água sem saber qual resultado nos aguarda.
E, sim, infelizmente, o que recebemos não é um romance doce e sereno. As aparências e as promessas vazias enganam, mas nós também fomos avisados sobre isso pelos outros forasteiros do rio do amor que passaram antes de nós: a presença de criaturas com a fala mansa e sorrisos encantadores, que lhe prometem o mundo e nenhum sofrimento, apenas para terminar arrastando você para o fundo da água. Alguns dos atraídos por esses encantos perigosos podem sumir para sempre.
Podemos culpar o momento, a carência ou o personagem muito bem construído por quem nos enganou, mas, infelizmente, vez ou outra, em nosso caminho em direção à felicidade do nosso coração, somos levados por amores errados.
Às vezes, a dor de viver essa paixão ocorre desde os primeiros dias da relação ou ela pode se mostrar apenas quando a jornada turbulenta chega ao fim. Assim como os marinheiros em águas violentas, sentimos mal-estar, nossa mente não para de girar tanto, que não sabemos aonde a tempestade nos levou nem em qual momento o nosso lindo conto de fadas se transformou em uma história de terror.
O barco naufraga e as criaturas nos puxam para o fundo. Por sorte, alguns de nós conseguem escapar das garras da desilusão, muito feridos é claro, mas ao menos com vida.
Chegamos à margem, de volta à vida que deixamos para trás quando fomos enganados. É aí que vem a avalanche de emoções: a culpa, a vergonha, a tristeza, a raiva e até mesmo a saudade daquela dor conhecida.
Olhamos em volta para nossos planos deixados pela metade, os amigos e a família que perdemos no caminho. Em nossa mente, ecoam perguntas como: valeu a pena passar por tudo isso? Olhe como está nossa vida agora? Esta dor é avassaladora demais, será que um dia iremos nos recuperar? Dias e noites são consumidos pelo frio na barriga que a mesma pessoa já provocou, mas o que na época era a sensação gélida da expectativa, transformou-se no frio da solidão. Nós nos vemos dependentes apenas de nós, e isso parece a coisa mais assustadora do mundo.
Mas é preciso que você saiba de algo: nada do que ocorreu foi culpa sua!
Tire da sua cabeça que você deveria ter visto os sinais, que algo naquela pessoa desde o princípio era um alerta. Quando estamos amando, os sinais vermelhos se perdem no mundo cor-de-rosa que a sensação nos provoca. Nem mesmo quem estava de fora poderia puxar você para longe do perigo, pois só iria embora se o encarasse.
Perdoe-se, não porque você caiu na armadilha, mas por ter considerado isso um dia!
Às vezes, o que achamos que é o amor é apenas uma decepção disfarçada. Paixões erradas são como chamas, capazes de deixar marcas para toda a vida, mas não se culpe achando que foi você quem acendeu o fogo.
O culpado ou culpada dessa história não é você, nunca foi! Sua única responsabilidade é se curar no tempo necessário para isso, somente assim você poderá viver verdadeiramente livre.
Está na hora de perdoar a si e usar essa sensação poderosa para voltar a viver!