Pescadores avistaram três onças-pintadas cruzando o rio Paraguai, em Cáceres (MT), no Pantanal. As cenas foram registradas no domingo (17/3).
De acordo com o biólogo Leandro Silveira, que preside o Instituto Onça Pintada, os animais parecem ser adultos. Podem ser uma fêmea no período de cio e dois machos em busca de acasalamento.
Essa cena está ficando mais comum em algumas partes do Brasil, o que mostra que está aumentando a população de onças e ao mesmo tempo estão ficando mais tolerantes à presença humana afirma ele.
Conforme o especialista, entretanto, as imagens de duas onças retornando para a margem de onde saíram sugerem que elas se sentiram ameaçadas com a presença dos pescadores, os quais, inclusive, se expuseram a uma situação de perigo.
Se chegar muito perto, a onça pode pular dentro da canoa e atacar como defesa. Existem alguns casos de acidentes assim.
Silveira afirma que atualmente existem diversos projetos de pesquisa e turismo em andamento que contribuem para intensificar a vigilância no Pantanal e compreender o modo de vida dos animais, possibilitando o monitoramento da população.
“O avistamento maior da onça pelo turista e os destaques na mídia fazem com que os caçadores e outras pessoas fiquem mais inibidas de matar o animal.”
Na semana passada, o biólogo compartilhou no Instagram outro vídeo mostrando uma onça e dois filhotes atravessando o rio Crixás, na região do Araguaia. Silveira considerou a situação arriscada tanto para os pescadores quanto para o barqueiro que filmou os animais.
De acordo com ele, os pescadores e o barqueiro que registraram a cena podem ter se aproximado demais, causando estresse desnecessário nos animais, uma interação forçada que pode até mesmo configurar crime ambiental.
Maior felino do continente americano, a onça-pintada pode atingir 135 kg e está classificada na lista do Ibama e da União Internacional para Conservação da Natureza como uma espécie vulnerável.