Não fomos ensinados a fracassar e isso tem pesado para muita gente. Aceitar que você nem sempre vai ser bom em tudo, que nem sempre terá razão e muito menos sucesso é difícil.
A gente sempre luta para conquistar objetivos e surpreender tanto os outros como a nós mesmos e vencer. Porque fomos educados de forma que vencer seja a única posição favorável. Isso tem acabado comigo rsrsrsrs.
Eu sou uma pessoa muito ativa e gosto de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Por humanidade, claro que não consigo ser boa em tudo. Tenho dificuldades (matemática é uma delas) e me ensinaram que perder não é uma coisa boa, ser fraco é algo ruim e altamente rejeitado. Então tento ser forte, acertar em tudo e isso acaba exigindo demais de mim. Me causa frustrações que talvez não tivesse se olhasse para as coisas em que realmente somos excelentes.
Eu já me perdi e já vi várias pessoas reclamando da mesma perda, da “perda da gente”. De se achar em uma posição e não nos reconhecer porque acabamos por tentar ser bons em tudo e perdemos a oportunidade de ser bom somente naquilo que queríamos ser.
Esses dias mesmo um amigo me disse que não estava se reconhecendo, que esse que estava vivendo e com as atitudes que estava tomando não era ele. Eu perguntei:
– Quem é você?
E ele se descreveu pra mim exatamente como a primeira impressão que eu tinha dele: centrado, sério, responsável, persistente em seus objetivos. Perguntei se era realmente aquela pessoa que ele gostaria de ser. Ele com seu jeito turrão e reservado desconversou, mas no fundo interessa somente para ele a resposta.
A minha visão do homem que ele se apresentou pouco importa para ele. Porque ele tem que se enxergar assim. E principalmente, ele tem que ter orgulho de quem ele é. Eu me orgulho dele. Sem saber ele me fez pensar em quem eu sou e aos poucos me devolveu meu maior prazer: escrever.
Acredito que temos sim que querer ser sempre bons em tudo, mas não necessariamente sermos os melhores em tudo: o mais responsável, o mais centrado, o mais vitorioso. A vida não é uma competição. É uma estrada que trilhamos e teremos que errar para que possamos aprender a identificar nossos limites e nossos valores.
Independente da decisão do meu amigo sobre as respostas que ele procura e as mudanças que ele acredita ser melhor, ele tem que caminhar e saber que suas qualidades são exatamente o tempero que fazem os defeitos pequenos e que são os seus erros e atitudes impensadas que faz com quem viva ao lado dele ver ele como especial e único.
Ao errar ele só me demonstrou que eu admiro uma pessoa que também busca melhorar. Essa caminhada a gente pode traçar junto com todos os nossos amigos. São as pessoas que escolhemos conviver e que nos respeitam pelo que somos que agregam valores e somam nas nossas vidas.