Segundo a PM, a proporção que o caso atingiu no país permitiu a arrecadação de mais de 980 itens para a criança.
Campanha promovida pela Polícia Militar (PM) arrecadou mais de 980 itens para o menino, de 11 anos, resgatado em sua casa, no Jardim Itatiaia, em Campinas (SP), onde era mantido preso dentro de um barril.
A PM entregou todos os itens no dia 5 de fevereiro, entre os quais roupas, sapatos, brinquedos, videogames e mais de 20 presentes embalados, entre outras coisas.
Segundo reportagem do G1, a criança foi encontrada com mãos e pés acorrentados, debilitada e com sinais claros de desnutrição. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, do qual recebeu alta no dia 3 de fevereiro, depois de ganhar peso. O serviço de acolhimento da cidade recebeu a criança e está responsável por seus cuidados no momento.
O capitão da PM José Antônio Pereira Júnior explica que, em 20 anos de profissão, nunca tinha visto alguma pessoa passar por situação similar, nem sequer adulto, e isso o chocou bastante.
Como o caso teve ampla dimensão e repercussão, a campanha realizada pela PM recebeu muitas doações, algo que deixou toda a equipe surpresa, mas também feliz.
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Segundo a PM, a campanha promovida pela 2ª Companhia do 35º Batalhão conseguiu arrecadar 632 peças de roupas, 276 brinquedos, 29 pares de sapatos, 22 presentes embalados, 10 gibis, quatro mochilas escolares, três videogames, dois livros, uma máquina para corte de cabelo, um urso de pelúcia e materiais escolares variados.
![Policiais militares arrecadam roupas, brinquedos e outros itens para criança resgatada de barril](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/01/2-Policiais-Militares-entregam-doacoes-para-menino-que-era-mantido-preso-em-barril.jpg)
Para preservar a integridade do menino, sua identidade está sendo preservada, por isso as doações não foram encaminhadas diretamente para o local onde ele está. A corporação informou que todos os itens foram entregues para a equipe de um centro de assistência social da metrópole.
A campanha foi realizada em pouco tempo e todos os produtos puderam ser entregues no dia 5 de fevereiro, na casa de acolhimento, onde a criança está sendo assistida.
O inquérito está em andamento, e um boletim de ocorrência foi registrado como tortura na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no bairro Jardim Londres. A suspeita é que o pai tenha praticado as ações contra o próprio filho, enquanto sua namorada e a filha dela devam ser responsabilizadas por omissão, já que, em momento algum, informaram às autoridades o que acontecia na residência.
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No dia 2 de fevereiro, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), disse que vai apurar as possíveis falhas e omissões dos serviços públicos municipais e de entidade conveniada, já que o Conselho Tutelar afirmou, em entrevista, que já tinha ciência do caso havia pelo menos um ano, apenas não mensurava o tamanho da gravidade e urgência. O objetivo é tentar melhorar e adequar o fluxo de atendimento em situações parecidas com essa, segundo o governo.
O Ministério Público também está investigando o ocorrido, através da Promotoria da Infância e Juventude, para saber até que ponto os órgãos ligados à prefeitura, como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e o Conselho Tutelar sabiam da situação. Outro ponto é descobrir se já haviam sido solicitadas anteriormente medidas de proteção à criança.
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