O porteiro recebeu incentivos de colegas de trabalho para aprender a técnica.
Crochê é um artesanato que só pode ser feito por mulheres? Valdir Miranda da Silva, de 48 anos, que é porteiro da empresa têxtil Círculo S/A, em Gaspar (SC), prova que não.
A empresa que Valdir trabalha há 25 anos comercializa produtos para trabalhos manuais e sempre realiza oficinas para seus colaboradores aprenderem técnicas artesanais. Crochê, tricô e a sensação do momento, os amigurumis, são ensinados para quem quiser aprender.
O objetivo dessas oficinas é ajudar no relaxamento dos funcionários e trabalhar a concentração de cada um deles, ensinando através de técnicas criativas uma nova maneira de lidar com o estresse do trabalho no dia-a-dia. Foi assim, ensinando aos trabalhadores novas técnicas artesanais e manuais, que Valdir Miranda terminou viralizando na internet.
Valdir aprendeu crochê e deixou para trás o próprio preconceito. O porteiro acreditava que sofreria com as críticas por parte dos colegas homens, pela atividade ser considerada exclusivamente para mulheres, mas não foi assim. O porteiro conta que sempre teve vontade de aprender, “mas tinha receio por ser homem, porém algumas amigas me incentivaram”, disse o porteiro agora crocheteiro orgulhoso.
O porteiro Valdir, de tão feliz que ficou com os avanços em suas técnicas crocheteiras, disse que já presenteou a vários amigos e familiares com as peças que ele mesmo produziu. Após viralizar, agora ele colhe o carinho de muitas pessoas no país inteiro.
Segundo o site O Município, da cidade de Blumenau (SC), a publicação feita pelo site Razões para Acreditar que mostra Valdir e suas peças em crochê, já ultrapassaram os 100 mil likes e milhares de comentários incentivando o porteiro a continuar com seu trabalho artesanal.
A nova atividade aprendida também está gerando lucros para Valdir: o que era um simples hobby, agora está ajudando a família com uma nova fonte de renda, o que deixa o porteiro ainda mais orgulhoso. Se está vendendo, é porque as peças estão bem feitas, não é mesmo?
“Me senti muito orgulhoso quando terminei minha primeira peça”, disse o porteiro. Ele acreditava que não seria capaz de realizar um trabalho tão interessante. “Já fiz vários itens para presentear familiares e decorar minha casa. Agora tenho encomendas de toucas para amigos. Ainda quero confeccionar um jogo de banheiro”, disse Valdir totalmente entusiasmado com a repercussão de seu trabalho primoroso na internet.
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Valdir entendeu que a atividade virou uma motivação para que ele pudesse sempre aprender coisas novas. E se mostrou grato à família por sempre tê-lo apoiado durante o aprendizado. “Até meu filho de 15 anos está aprendendo a fazer. Também já ensinei outra pessoa e ela já sabe fazer várias peças”, afirmou todo contente.
Homens no crochê
Valdir, o porteiro de Gaspar, não é o único no estado de Santa Catarina a realizar trabalhos manuais tidos como femininos. O jovem André Luiz Cordeiro Muller, de 16 anos, que mora em Garuva, no norte do mesmo estado, não só aprendeu a fazer crochê: ele conquistou o sonho da casa própria.
Segundo o portal G1, o estudante decidiu aprender a fazer crochê para ajudar a mãe que estava desempregada. Mas não parou por aí: ele arrecadou dinheiro suficiente para tirar a família do aluguel, através de uma vaquinha.
André quer compartilhar o conhecimento que tem pelas redes sociais. Atualmente o jovem tem em suas redes sociais 24 mil seguidores, onde ele mostra toda sua aptidão, dedicação e zelo pelo ofício aprendido.
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Para o jovem André, o crochê entrou em sua vida após ver a mãe recebendo sucessivas negativas nas entrevistas de emprego. Luciane Aparecida Cordeiro Simão, que tem paralisia infantil, viu seu filho buscar alternativas para extravasar a dor. A família tem ainda a renda fixa da pensão do pai, quem morreu vítima de uma parada cardíaca em 2011, mas o valor do aluguel da casa comprometia a maior parte da renda recebida pela família.
Um grupo em uma rede social, ao conhecer a história de André, resolveu fazer uma vaquinha online para que ele pudesse pagar as despesas de casa e comprar os materiais para realizar as peças de crochê. O que André não esperava é que a arrecadação superaria o valor previsto e, graças à generosidade de quem acreditou em seu trabalho, ele pode comprar uma casa para sua família.
“Com o dinheiro demos entrada na casa. Compramos uma cama, dois guarda-roupas e um sofá mais confortável, onde eu faço o crochê. Sou muito grato a todos que ajudaram”, disse o jovem crocheteiro, que já tem inúmeras encomendas. O jovem já recebeu pedidos de clientes até de Portugal e Colômbia.