A modelo carioca Maju de Araújo, de apenas 17 anos, mostra que não existem limites para um corpo que sonha, pois todos são capazes!
Maria Júlia de Araújo Dias, apelidada carinhosamente de Maju, sempre se interessou pelo universo da moda, desde a infância tinha o sonho de desfilar em passarelas do mundo. Mas desde muito cedo também enfrenta as barreiras impostas pelo preconceito e pelo capacitismo. Maju tem síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21. A maioria da população possui 46 cromossomos, mas quem tem síndrome de Down possui material genético extra em seu 21º cromossomo, totalizando 47 cromossomos.
A síndrome é a ocorrência genética mais comum no mundo – uma a cada 700 crianças vai nascer com esse material genético extra. E, mesmo sendo considerada comum pela própria medicina, a sociedade ainda expressa grande relutância e preconceito em aceitar a diversidade humana. Quem possui síndrome de Down é frequentemente excluído dos círculos sociais, é julgado com menor capacidade intelectual e cognitiva, além de não se sentir bem-vindo nos espaços.
Infelizmente, isso acontece. Esse preconceito ainda é muito latente em nossa sociedade, por isso a importância de sempre mostrar quando pessoas com deficiência conquistam seus espaços assim como as outras.
A ideia é que quanto mais naturalizarmos esse tema, menos preconceito as pessoas demonstrarão. Maju, mesmo sendo extremamente nova, conta em detalhes, em sua conta no Instagram, sobre os preconceitos e as dificuldades por que passou por ter síndrome de Down.
Maju se considera uma alpinista, uma pessoa que sempre teve que escalar as mais altas montanhas antes de conseguir realizar seu sonho. Ela explica que o detalhe de um cromossomo a mais fez com que ela encontrasse dificuldades para ser aceita em escolas, para fazer parte de grupos ou participar de atividades sociais. Aos 13 anos, precisou passar por uma séria cirurgia cardíaca, feita de forma tardia, mas extremamente necessária, mas ela revela que se tornou testemunha do milagre e do renascimento.
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![Primeira modelo com síndrome de Down desfila na passarela do Brasil Fashion Week: “Agradeço a Deus”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/01/2-Primeira-modelo-com-Sindrome-de-Down-desfila-na-passarela-do-Brasil-Fashion-Week_-Agradeco-a-Deus.jpg)
Apenas três anos depois da séria cirurgia e da maravilhosa recuperação, Maju teve uma gravíssima infecção de meningite bacteriana. Os médicos disseram que se ela não morresse, ficaria sem seus membros, sem poder ouvir e até mesmo sem enxergar, mas ela saiu do hospital sem sequela alguma.
Aos 16 anos, tendo passado por tantas provações na vida, Maju não desistiu. Assim como uma grande fênix, que renasce das cinzas ainda mais bela, Maju saiu do hospital e foi direto para as passarelas, esse era o seu sonho.
Ela sente que esse é o seu dom, por isso o faz com tanta naturalidade. Depois de tanta luta, em novembro de 2020, Maria Júlia se tornou a primeira pessoa com síndrome de Down a desfilar na passarela do Brasil Eco Fashion Week.
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Ela conta que, naquele momento, não precisou se impor, não precisou gritar para fazer sua voz ser ouvida. Ali ela encontrou pessoas extraordinárias e dispostas a fazer parte da grande transformação de que a sociedade tanto precisa, e isso deu ainda mais força para continuar lutando pelo seu sonho. Maju conta com muita emoção que, naquela passarela, ouviu que seria a próxima Gisele Bündchen.
Ela agradeceu toda a sua jornada a Deus, que lhe permitiu viver e a orientou por todo o caminho, a todas as pessoas, que também apostaram, confiaram e a ajudaram e a todos os que enxergaram que ela tinha potencial.
Com todos os sentimentos de gratidão, Maju fica gravada na história do nosso país como a primeira mulher com síndrome de Down a desfilar em uma passarela tão importante, como a do Brasil Eco Fashion Week que, inclusive, tem demonstrado grande fomento à diversidade.
A modelo ainda promove a campanha: “Inclusão não é moda, inclusão é cidadania”. Ela é um exemplo para muitas pessoas com deficiência que também querem alcançar seus sonhos, ela demonstra diariamente que não deveriam existir limites para ninguém, principalmente se eles forem atribuídos apenas à aparência física.
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Estamos na torcida para que Maju tenha uma carreira de sucesso e sua trajetória abra as portas para que mais pessoas sejam incluídas tanto no mundo da moda quanto no mundo real!
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