Tempo de Amor…
Lembro-me dos tempos de escola, quando comecei a andar de autocarro para ir para casa. Não importa quão frio estivesse lá fora, ao chegar a casa todo o calor era compensado. Não propriamente por causa dos aquecedores, mas pelo alento da minha família.
Sempre fui uma espécie de “loba” solitária. Tive amigos (ou pensava que tinha), mas nenhum permaneceu desses tempos.
A única coisa que eu sempre tive certeza que perduraria para sempre era a minha família – e ainda é. Hoje, vivo com o homem que amo, e também ele já faz parte da família.
O meu núcleo é pequeno, mas caloroso. Sempre pude contar com aqueles que amo genuinamente, porque esse amor nunca foi questionado, nem mesmo nas discussões mais fervorosas, em que opiniões são contestadas e o ódio parece imperar nos momentos de silêncio. Nem aí deixou de existir amor.
Porque o amor verdadeiro é feito disso: às vezes odiamo-nos, por nos amarmos tanto.
Devemos sempre ter como prioridade esses momentos, essas pessoas.
Quem nos é querido merece a nossa devota atenção, num momento quase sagrado. O amor é o sentimento mais sagrado que existe, por ser puro e não-diluído. Não existe meio-amor, café com leite. Se é amor, é – forte, firme como uma estaca, incontestável no amontoado de emoções do dia a dia.
Temos a capacidade de sentir, aliás, de ter esse amor por poucas pessoas. Pois poucos são os seres com a missão de serem amados por nós nesta vida – amar dá trabalho.
Não sou apologista da máxima “amor dói” – porque amor como que sinto por aqueles que mencionei, nunca me trouxe a dor das paixões que tive. Na minha visão de aquariana, uma cumplicidade de amor puro, é uma calmaria, um lago, um assentar de ideias e da própria mente. Tudo está claro, já sabemos que podemos contar com este amor para nos acalmar, nos aquecer em dias de frio.
Reflitam naqueles que amam, no doce sentimento que significa a sua presença. Às vezes não dizem nada uns entre os outros, mas a pura companhia da pessoa traz paz de espírito.
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Abracem este sentimento, abracem mentalmente as pessoas que o trazem. Abracem, fisicamente, estas pessoas.
Priorizemos o calor humano, as conversas olhos nos olhos, as mãos dadas, mesmo estando geladas.
Reservemos, então, no ideal uma vez por dia, um tempo para amar. Um momento para sentir a pessoa que amamos, a harmonia do calor da convivência, o abraço prolongado.
Abre a porta, senta-te, toma um chá. Saboreia a companhia.
Momentos como estes são mais sagrados que todas as religiões do Mundo.
Dedicado àqueles que amo.