Eis um “voltar atrás” que não deveria ser evitado: regressar rumo à verdadeira origem de amor. Esforçar-se num movimento corajoso que derruba todo orgulho e vaidade. Mergulhar profundamente nas águas da inconsciência, questionando fugas, atalhos, autossabotagem e mecanismos de defesa.
Ir ao encontro de si, passando a enxergar quem éramos antes do embate com as circunstâncias, do grande ego, que construímos como muralhas de proteção e isolamento.
Há quem diga: “Depois que decido, não volto atrás!” Isso é não se responsabilizar, é fugir do acidente causado por si próprio, é ser o autor e a própria vítima; é escolher não melhorar. É continuar na infantilidade da velocidade e da não responsabilidade por atos e consequências.
Seguir em frente na marra, e fazer a vida caminhar, nem sempre traz a verdadeira paz de espírito. A vida anda sim, mas nem sempre existe alguém inteiro, caminhando verdadeiramente dentro dela.
Não voltar atrás por regra imposta a si mesmo, e dissociar-se de seus desejos mais profundos, de sua intuição, de seu propósito de encontro com algo ou alguém… É viver somente pelo racional – e é, no mínimo, pequeno demais perto das potencialidades que temos como seres humanos (no mínimo!). É mudar a rota por teimosia. É estar de corpo presente, tocando adiante, vendo os dias passar. E é achar (na ignorância) que sim! Que está mesmo tudo bem! Porque não sabe se enxergar por inteiro – sentimento, sensação, pensamento, espírito, físico….. É fragmentar a riqueza da plenitude. É convencer a si próprio de que fez as melhores escolhas; é bater no peito todos os dias, diante do espelho, para mostrar para si mesmo que acertou.
Entretanto, dissociar-se de si e criar a via única e obrigatória de seguir adiante, agregando novas coisas e pessoas ao longo dessa jornada, quer dizer claramente o quanto não quer ou não sabe pensar e julgar honestamente a si mesmo; é sentar em cima do que pode ser melhorado; fingir que não existe o desafio do autoconhecimento e uma missão. É subutilizar o que nós humanos, temos de precioso – que é a inteligência da análise crítica e de comparação; o pensamento e reflexão, como chaves para novos passos.
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O “voltar atrás” nem sempre é perder, é recuar, é subestimar sua capacidade de acerto e de vitória.
Na verdade, esse voltar atrás de modo decidido e consciente, é seguir em frente – mais maduro, consciente, decidido e preparado – com nosso essencial, só com aquilo que há, verdadeiramente, de melhor em nós.