Essa tal cultura do corpo, que obriga muitas mulheres a variados tratamentos e que custam uma fortuna, eu não entendo muito bem. Nunca tive problemas com as minhas celulites e estrias, que são herança genética da minha mãe, porque acredito que viver deve ser libertador. Prefiro um bom prato de tudo e doces do que ficar na vontade. Admito que farei aplicações se algum dia me sentir incomodada, mas não acredito em milagres demais contra o tempo.
Nascemos perfeitas, porém os anos vão lapidando nossos corpos, vamos nos adaptando a novas aparências e ganhando marcas registradas nos dizendo que somos humanos. E quem não apreciar estrias, celulites, pés de galinhas, flacidez, que invistam em tratamentos e, se não tiver dinheiro, melhor se aceitar. Se você se sente infeliz ou envergonhada com seu corpo, melhor procurar ajuda, mas lembre-se: homens não distinguem estria de celulite, flacidez de pelanca, gordurinha de toucinho…
Estou fora de padrões impostos, porém estou dentro se é para me ajudar a ser feliz! Minhas marcas registradas pelo tempo nunca me incomodaram, me acho ótima, em forma, pois quem me ama mais neste planeta, sou eu! Não é falsidade, não! Nem excesso de autoestima, é simplesmente me amar e me aceitar. Quando começamos a terapia diária de bem nos querer, vamos percebendo que o mais importante é o conteúdo, o contexto, porque uma capa bonita pode ser superficial demais.
Já tentei tratamentos para atenuar, desaparecer estrias e celulites. Com o tempo fui percebendo que para curar essas marcas seriam quase impossível, então, as aceitei, como detalhes do meu corpo, e foi o segredo que precisava para eu me manter na mais perfeita forma. Estrias e celulites me mostram como estou viva, em contínua mudança para chegar aos cem anos ou mais. O dinheiro pode tudo, entretanto não pode modificar o processo de envelhecer. Pode-se retardar, atenuar, mas perfeito de quando éramos ainda uma mocinha, não tem como.
Ouvimos algumas vezes: quem não envelhece morre cedo, logo quero ficar velhinha e permitir ao meu corpo todas as mudanças necessárias, desde que não apareça as doenças. Não é senso comum, não! É necessidade de querer ir além e aceitar o envelhecimento de corpo e alma.
- Pessoas inspiradoras: Jovem que reprovou 44 vezes no vestibular é aprovada em Medicina: “É como tirar um peso das costas”
Cultura do corpo? Melhor conhecer outras culturas de fato: viajar, ler, estudar, aprender e conhecer mais… Tenho mais para apreciar do que ficar prestando atenção se o meu corpo está bom ou não. Prefiro perder tempo com uma boa conversa, ouvir uma música, dançar, tomar uma cervejinha com os amigos e rir muito. Prefiro que cultuem o que represento, a minha essência. O corpo é apenas um corpo que envelhece e modifica o tempo todo. Quando você se aceita, a vida fica menos exigente.
Fora de qualquer padrão, sem qualquer culto ao que é superficial, vou levando a vida com o que tenho sem me autosacrificar ou me autopunir. Sou o que a vida me dá! Viva minha gostosura em braile! Viva a estria que me fez mulher completa: ser mãe! Bem me amo!