A crença de que os gatos são menos afetuosos que os cães em relação aos seus donos é amplamente difundida, mas não completamente precisa.
Alguns gatos podem exibir um comportamento mais reservado e distante, o que pode levar à impressão errônea de que eles facilmente esquecem seus tutores durante períodos de ausência.
Contudo, é crucial reconhecer que os gatos têm uma memória robusta, e sua aparente indiferença muitas vezes está relacionada a estarem engajados em outras atividades, como dormir ou explorar algo que capturou sua atenção.
O médico veterinário Jacob Hawthorne, em declarações ao portal The Dodo, esclareceu essa questão.
Alguns gatos não correrão instantaneamente para você quando chegar em casa, mas isso não significa que não sentem sua falta ou não lembram de você. Isso dependerá da personalidade e da amabilidade do seu gato, mas acredita-se que a maioria dos gatos sente falta de seus donos quando eles vão embora, e sabemos que lembrarão de seus donos devido à força de sua memória afirmou
Ademais, o portal Experto Animal desmistificou a noção popular de que os gatos têm memória limitada.
Estudos indicam que o cérebro dos felinos domésticos contém cerca de trezentos milhões de neurônios, significativamente mais que os cento e sessenta milhões encontrados nos cães, ocupando um por cento de sua massa corporal.
Portanto, os gatos são capazes de recordar detalhes vitais do seu ambiente, como a localização de sua caixa de areia, sua cama e seus pontos de alimentação, além de reconhecerem e responderem às vozes das pessoas com quem desenvolveram laços afetivos.
Essa capacidade demonstra que, apesar de por vezes parecerem distantes, eles não só recordam seus donos como também se adaptam aos seus hábitos e rotinas diárias.
Memória dos gatos
Os gatos possuem memória de curto e longo prazo, sendo a de curto prazo capaz de durar cerca de 16 horas e a de longo prazo podendo se estender por meses ou até anos.
Profissionais do site especializado em felinos explicam que a retenção de memórias nos gatos depende da importância que essas experiências têm para eles.
Por exemplo, se um gato continua arranhando os móveis apesar das repreensões, é porque ele ignora essa proibição, preferindo manter o comportamento que lhe agrada.
Em contrapartida, os gatos raramente esquecem situações em que se sentiram ameaçados por humanos ou outros animais, como cães.
Eles têm a capacidade de lembrar experiências negativas, o que afeta diretamente seu comportamento futuro e a maneira como reagem a potenciais ameaças.
Essa habilidade de recordar momentos de perigo é uma adaptação evolutiva que os ajuda a se proteger e evitar perigos desnecessários.
Impacto do vínculo afetivo
Para os donos que mantêm uma relação próxima e carinhosa com seus gatos, proporcionando regularmente carinho, brincadeiras e comida, a probabilidade de serem esquecidos, mesmo após uma ausência prolongada, é extremamente baixa.
Os gatos desenvolvem laços afetivos fortes com seus cuidadores e sentem sua falta, aguardando ansiosamente por seu retorno.
Ainda que não demonstrem efusivamente, a memória afetiva dos gatos garante que eles se lembrem de quem cuida deles com amor e dedicação.
Portanto, os gatos possuem uma complexidade emocional e cognitiva que muitas vezes é subestimada. Eles são capazes de lembrar de seus donos e das experiências que compartilham, adaptando-se às rotinas e mostrando afeto à sua maneira.
Assim, é fundamental que os donos entendam e respeitem as peculiaridades de seus companheiros felinos, valorizando os momentos compartilhados e reconhecendo que, apesar de sua natureza por vezes enigmática, os gatos são animais profundamente ligados ao seu ambiente e às pessoas que fazem parte de sua vida.