Pesquisadores descobriram que, embora o bem-estar aumente com mais tempo livre, essa tendência não se mantém para níveis excessivamente altos de lazer.
O ponto ideal é uma quantidade moderada de tempo livre escreveu Marissa Sharif, coautora do estudo da Universidade da Pensilvânia (EUA)
“Descobrimos que ter muito tempo livre estava associado a um bem-estar subjetivo menor devido à falta de senso de produtividade e propósito.”
Bem menos do que você imagina
No estudo publicado em 2021 no Journal of Personality and Social Psychology, Sharif e seus colegas avaliaram os resultados de testes realizados com mais de 21 mil americanos.
Os participantes descreveram detalhadamente como utilizavam seu tempo nas últimas 24 horas, incluindo quanto tempo gastaram em cada atividade e sua sensação de bem-estar.
Os pesquisadores descobriram que o tempo livre e o bem-estar estavam positivamente correlacionados até cerca de duas horas e começaram a diminuir após cinco horas.
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Em seguida, analisaram dados de mais de 13 mil americanos, perguntando-lhes quanto tempo livre tinham e sua sensação geral de bem-estar.
Mais uma vez, descobriram que mais tempo livre era benéfico, mas apenas até certo ponto. Mais tempo não significava necessariamente mais felicidade.
Testando as descobertas
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Para validar esses resultados, foram realizados dois experimentos online. Esses experimentos confirmaram as descobertas anteriores, indicando que uma quantidade moderada de tempo livre é ideal para maximizar o bem-estar.
Os resultados do estudo sugerem que, para alcançar o bem-estar ideal, não é necessário ter um excesso de tempo livre.
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Em vez disso, uma quantidade moderada de tempo livre é suficiente para aumentar a felicidade, enquanto muito tempo livre pode, na verdade, diminuir a sensação de propósito e produtividade.
Esses achados são importantes para aqueles que buscam equilibrar suas vidas pessoais e profissionais de forma a maximizar a satisfação e o bem-estar.
Pesquisas recentes indicam que tanto excesso quanto falta de tempo livre podem prejudicar a sensação de bem-estar, revelando a importância de encontrar um equilíbrio.
Nos testes, uma parcela dos voluntários se sentiu estressada por não ter tempo suficiente para realizar atividades que completassem suas vidas e lhes dessem um senso de propósito.
Por outro lado, aqueles com mais tempo de lazer se sentiam estressados pela falta de produtividade. Em última análise, as pessoas que equilibraram esses extremos tiveram maior pontuação em felicidade.
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O envolvimento em atividades consideradas “produtivas” como praticar um instrumento musical ou exercícios físicos ajudou os participantes a se sentirem melhor quando tinham tempo livre em excesso.
Este não foi o caso daqueles que gastaram seu tempo em atividades “improdutivas”. A chave para o bem-estar parece estar no uso consciente do tempo livre para atividades que promovam um senso de realização e propósito.
Esses achados ressaltam a importância de não apenas ter tempo livre, mas de usá-lo de maneira que contribua para o bem-estar geral. Encontrar um equilíbrio entre lazer e produtividade é essencial para alcançar uma vida satisfatória e plena.
Qual a receita para ser feliz?
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Fábio Martins Fonseca, psiquiatra e terapeuta cognitivo-comportamental, afirma que um dos componentes fundamentais para a felicidade são as relações positivas e construtivas em que as pessoas se apoiam mutuamente.
Se houver estímulos para a felicidade, como expressar sorrisos e brincadeiras, certamente haverá mais propensão a vivenciar a felicidade em vários momentos da vida, opina a psicóloga Ana Cláudia Alexandre.
Um terceiro fator importante é ter uma atitude positiva em relação à vida, o que corresponde a 40% do “bolo” da felicidade.
Isso se refere ao sentido que cada um atribui aos acontecimentos. Embora essa abordagem funcione para muitas pessoas, ela não é um consenso.
O fato de pensar positivo ajuda a ter uma visão otimista, interpretando os acontecimentos com confiança e esperança. Há uma parcela da população em que isso não funciona tão bem, seja porque já seguiram esse tipo de instrução sem sucesso, seja porque são mais atentas ao que acontece de fato na vida, sem precisar seguir orientações para enfrentar as situações explica Amanda Barroso de Lima, neuropsicóloga