Daniel Becker traz uma mensagem de conscientização muito importante para os pais e mães.
O pediatra Daniel Becker tem uma coluna no jornal O Globo em que aborda temas de interesse da família, e em uma de suas postagens orientou os pais a cuidarem melhor do contato dos filhos com as telas, reforçando a necessidade de ensinarem aos filhos quais os melhores conteúdos para consumirem no meio digital.
Daniel começa falando que é importante pensar bem no momento ideal para dar um celular para os filhos, aconselhando que a melhor idade é quando tem por volta de 11 a 12 anos. Nessa idade, o foco deve ser apenas mensagens e ligações, então um aparelho mais antigo está perfeito.
Para o começo do contato com as redes sociais, o pediatra recomenda os 13 anos, pontuando que “quanto mais cedo, mais imaturo o cérebro e maior as chances de dano e vício”.
Uma vez que os filhos já têm acesso aos aparelhos celulares, é importante cuidar não apenas o seu tempo diário em frente as telas, mas também o tipo de conteúdo que elas estão consumindo.
Becker faz uma observação muito relevante nesse ponto: “Quem está educando nossos filhos? Se eles passam 4 horas na escola, uma hora em interação conosco e 6 horas na tela, a resposta fica clara”.
Ele continua dizendo que, nesse caso, quem está educando as crianças são “youtubers, publicitários, blogueiros, criadores de vídeos e os amigos”, acrescentando que “as mensagens e valores contidos nessas interações pode ser muito ruins”.
Por esse motivo, é muito importante que os pais tenham o cuidado de fazer uma filtragem dos conteúdos que os seus filhos estão acessando, escolhendo os melhores e mostrando a eles sites de museus interativos, canais educativos, de histórias, curiosidades e enigmas, experiências científicas, tutoriais de arte, filmes clássicos, por exemplo.
Além disso, também é importante que eles assistam os conteúdos com os filhos e mantenham um diálogo sobre o que aprenderam.
Daniel Becker ainda fez um ranking sobre conteúdos que considera válidos para os pequenos. Do melhor para o pior:
1. Canais e sites educativos;
2. Filmes e desenhos próprios para a sua idade;
3. Jogos on-line apropriados para a sua idade;
4. Vídeos de YouTubers infanto-juvenis, que contêm muita publicidade;
Redes sociais. Elas ficam em último lugar pois além de expor as crianças a riscos, também viciam e causam dano emocional.
Becker também pontua que é necessário ensinar os filhos sobre segurança, privacidade, respeito ao próximo, intimidação, cyberbullying e interações suspeitas no ambiente da internet.
Para os pais que gostam de ter um controle maior sobre o que os filhos acessam, os aplicativos de controle familiar são de grande ajuda, pois possibilitam que eles acompanhem todos os conteúdos que os filhos estão visitando e que apliquem os limites conversados previamente.
Becker toca em outro ponto frequentemente debatido: a privacidade na adolescência. Ele pontua que o celular torna essa dimensão muito complicada, isso porque os adolescentes têm uma tendência natural à transgressão, à imitar o comportamento do grupo e contrariar os pais. Isso, somado a incapacidade de avaliar riscos, se torna uma receita perigosa.
São inúmeros os casos de adolescentes que interagem com pessoas totalmente estranhas e acabam se tornando alvo de golpistas, bullying ou mesmo que se envolvem em desafios perigosos sem o conhecimento dos pais.
Levando tudo isso em consideração, o pediatra revela ser a favor de que os pais tenham a senha dos celulares dos filhos. Definido isso, a família pode entrar em um consenso sobre até onde a vigilância deve ir.
Becker pontua que os pais têm responsabilidade sobre os filhos, e por isso precisam ser cuidadosos, embora não invadindo a sua privacidade.