Rage Against the Machine tem se posicionado politicamente em várias causas, como a luta contra a censura!
Formada em 1991, na Califórnia, a banda Rage Against the Machine desde sempre teve um viés extremamente político de esquerda em suas letras. Em cada música e vídeo clipe lançados, a banda expressa o compromisso revolucionário, anticapitalista e anti-imperialista, sendo assim, não seria ironia do destino se a banda Rage Against the Machine se chamar em tradução livre “Fúria contra a máquina/sistema”.
A banda de rock alternativo, formada por Zack de la Rocha, Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, é conhecida por letras políticas bastante polêmicas, além do ativismo social e o som pesado que incorporou elementos e hip-hop e heavy metal. Desde o primeiro momento, a ideia era poder compartilhar as próprias experiências vividas pelos membros da banda, como pobreza e xenofobia, além de se inspirarem em outros grupos como Sex Pistols, Bob Dylan e The Clash.
Se tornando uma das bandas mais populares do mundo, a partir do primeiro disco em 1992, eles trouxeram logo de início a histórica foto do monge Thích Quảng Đức em chamas, que tinha colocado fogo em si mesmo como protesto contra a perseguição aos budistas no Vietnã do Sul. Além disso, quase o disco todo continha clássicos e aos poucos, eles foram ganhando espaço, participando de eventos musicais importantes, segundo o site oficial da banda.
Em 1993, no Lollapalooza III, na Filadélfia, eles tinham acabado de lançar seu primeiro hit musical “Killing in the Name”, que abordava a corrupção policial e foi o maior sucesso. Entretanto, a Parents Music Resource Center (PMRC) decidiu que todos os álbuns com conteúdo questionável deveriam exibir adesivos de advertência: “Aviso aos pais: Letras explícitas”. Contra a censura de suas músicas, a banda fez um protesto silencioso, ficando nus no palco do Lollapalooza, com fita adesiva na boca e escrito no corpo as letras que formavam “PMRC”, em referência ao comitê.
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Além do posicionamento político, a banda também se envolveu em outras causas durante a carreira, como a situação dos trabalhadores de fábricas em países menos desenvolvidos. Em 1995, por exemplo, Rage Against the Machine organizou um show beneficente no Capitol Ballroom, em Washington, para o Friends & Family of Mumia Abu-Jamal, em prol do jornalista e ativista do partido Panteras Negras que foi preso foi supostamente por matar um policial.
Dois anos mais tarde, a banda de rock fez apresentações em prol de um grupo de organizações ativistas, que incluía causas como o Friends & Family of Mumia Abu-Jamal, o FAIR (grupo anti-censura da mídia, que defende a diversidade na imprensa e examina práticas da mídia que marginalizam o interesse público, minorias e pontos de vistas divergentes) e a Comissão Nacional para a Democracia no México.
Nos mais de 30 anos, a banda de rock sempre falou de política, seja em suas músicas ou em ações. Em 1997, por exemplo, Tom Morello do Rage foi preso na Califórnia durante desobediência civil em uma “Marcha da Consciência” contra o trabalho clandestino. Em 2001, Timmy C, Brad Wilk e Tom Morello também participaram do protesto contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), na Califórnia, e no mesmo ano, criaram várias músicas em referência aos ataques de 11 de setembro.
Reação atual dos fãs
Segundo o Rolling Stone, no show de retorno, em Wisconsin, nos Estados Unidos, após 11 anos separados, os fãs começaram a criticar a banda pelas mensagens relacionadas ao direito ao aborto no país, exibidas no telão do show, onde no fim pregava “Abortem a Suprema Corte”. Incomodados com o posicionamento, os fãs reagiram no Twitter sobre receber “aula” sobre crenças políticas da banda.
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No show da banda, as frases era obviamente uma crítica à Suprema Corte dos EUA e a recente decisão de permitir que os estados proíbam o aborto legal. Apesar de não falarem nada durante as pausas das canções, a mensagem deixada nos telões foi suficiente para gerar um longo debate nas redes sociais.