Com um legado memorável na TV, Raul Cortez era apaixonado pela arte e é um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira.
Raul Cortez, além de ter sido um dos personagens mais marcantes da icônica novela “O Rei do Gado”, transmitida na Globo, também é um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, carreira pela qual se dedicou durante toda a sua vida. Apaixonado pela arte, o ator continuou trabalhando até os seus últimos dias de vida, antes de falecer por conta das complicações de um câncer no pâncreas, em 2006.
Nascido em 1932, Raul Cortez nunca teve dúvidas sobre sua vocação, mas não sabia se teria talento suficiente para tal. De acordo com o Memória Globo, desde que era criança sonhava em seguir carreira como ator, mas caso não desse certo, seria jornalista ou escritor. Durante a juventude, ele chegou a cursar dois anos de Direito na Faculdade de Campinas, sob influência do pai, que era advogado. Entretanto, depois de um tempo, o seu sonho de infância falou mais alto e ele largou o curso e começou a fazer teatro.
Não demorou muito tempo para que Raul Cortez se destacasse dos demais, entrando para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Além disso, o ator também atuou sob a direção de Antunes Filho, segundo o Memória Globo, integrou a companhia de Cacilda Becker, além de ter trabalhado com José Celso Martinez Corrêa também, no Teatro Oficina.
Nas mais de 30 peças de teatro em que participou, Raul quebrou vários tabus. Suas interpretações como travesti em “Os Monstros” (1968), e o primeiro nu do teatro brasileiro, em “O Balcão” (1969), deram o que falar, e ao todo, ganhou 5 prêmios Molière, o mais importante do teatro brasileiro. Já no cinema, sua estreia aconteceu em 1957, em “O Pão que o Diabo Amassou”, além de também participar do elenco de “O Caso dos Irmãos Naves” (1967) e “Lavoura Arcaica” (2001).
A estreia de Raul Cortez nas novelas brasileiras foi quando tinha 34 anos, na trama “Ninguém Crê em Mim”, em 1966, transmitida na extinta Excelsior. Antes de iniciar a carreira de sucesso na Globo, o ator também trabalhou na Tupi e na Bandeirantes, entrando para o Grupo Globo em 1980, onde fez cerca de 14 novelas, entre elas “Jogo da Vida” (1981), “Partido Alto” (1984), “Brega & Chique” (1987), o remake de “Mulheres de Areia” (1993), “Terra Nostra” (1999) e outros.
![Uma vida dedicada à arte: Raul Cortez trabalhou até o último ano vivo e tem legado memorável](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/01/Screenshot_7-4.jpg)
Como amava e se dedicava cada vez mais à sua profissão, a primeira novela de Raul na Globo, “Água Viva”, foi um sucesso imediato, onde o artista interpretava o renomado cirurgião plástico Miguel Fragonard. Segundo o Memória Globo, na época, o seu personagem era para ter morrido por volta do 30º capítulo, entretanto, o sucesso foi extraordinário e ele só foi morrer pouco antes do fim da novela.
Um outro papel que ficou na memória dos internautas brasileiros foi na novela “O Rei do Gado”, onde Raul Cortez interpretava o fazendeiro italiano Geremias Berdinazzi. Depois de ter trabalhado no especial “Uma Mulher Vestida de Sol”, em 1994, o ator foi convidado por ninguém menos que Benedito Ruy Barbosa, sob indicação de Luiz Fernando Carvalho, que havia trabalhado com o ator no especial. Apesar de desconfiado da indicação, Raul aceitou fazer o fazendeiro e acabou ganhando o prêmio de Melhor Ator, conferido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
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Após o grande sucesso com a atuação em “O Rei do Gado”, o ator interpretou mais dois personagens italianos. Além disso, também esteve em 13 minisséries. O último trabalho de Raul Cortez na televisão foi “Senhora do Destino”, em 2004, no qual viveu o Barão de Bonsucesso. Dois anos depois, enquanto ainda se dedicava à profissão, Raul faleceu vítima de câncer, deixando a filha Lígia Cortez, que também é atriz.