Sendo considerada como uma das maiores cantoras e compositoras brasileiras, a Rainha do Rock brasileiro, Rita Lee, de 75 anos, faleceu nesta última segunda-feira (08/05) após ter travado uma longa batalha contra um câncer de pulmão, que foi diagnosticado em 2021.
O comunicado do falecimento foi feito pelos familiares da cantora nas redes sociais. O velório deverá ser aberto a todo o público e será no Planetário do Parque Ibirapuera, cumprindo um dos desejos da cantora e compositora.
Sem dúvida alguma, Rita Lee fez parte da grande revolução musical e foi sinônimo da resistência artística durante os anos da ditadura brasileira. Reconhecida pelo humor ácido, liberdade e sua incrível reverência, a compositora teve centenas de letras censuradas no período de ditadura. Segundo o G1, em 1976, a cantora chegou a ser presa. À época, Rita Lee estava grávida de seu primeiro filho e policiais teriam encontrado maconha em sua residência.
![Rita Lee foi homenageada no Altas Horas e se emocionou ao assistir o especial](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/05/Screenshot_267.jpg.webp)
Sua carreira artística teve franca ascensão ainda com Os Mutantes. Mas, apesar das criações ricas e sendo reconhecidas por outros músicos contemporâneos, como Kurt Cobain, que era fã assumido do grupo, a relação entre os integrantes foi bastante problemática.
Seu então marido, Arnaldo Baptista, teria expulsado Rita Lee do grupo. Ela supostamente não tinha o “virtuosismo” necessário para a banda. Com sua expulsão abrupta, em 1974 ela fundou a Tutti Frutti, que finalmente a trouxe à cena musical brasileira.
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Anos mais tarde, ela conheceria o pai de seus três filhos e parceiro musical de longa data, o músico Roberto Carvalho. Rita Lee era tão genial, que até as brigas do casal viraram músicas, e consequentemente, grandes hits da época.
A cantora sempre transitou livremente entre os mais variados gêneros musicais com muita facilidade. Do rock, ela foi ao bolero, chegando até a Bossa Nova, que era tida como música de uma elite artística. João Gilberto teria convidado a cantora para um dueto em um especial da TV Globo e assim, Rita marcou, novamente, sua passagem no meio artístico.
Paulistana de Vila Madalena, coração da capital paulista, Rita Lee também fez público seu amor incontestável ao Corinthians. O alvinegro paulista sempre teve um lugar especial no coração da cantora. Tamanho o amor, que ela converteu seus sentimentos em “Amor Branco e Preto”.
Por trás do palco, a cantora foi aos extremos e viveu épocas problemáticas com o vício em álcool e drogas pesadas. Foi internada várias vezes até que decidiu abandonar tudo com a chegada de sua primeira neta.
“Quando eu era jovem, faltavam parafusos na minha cabeça. Então, eu era porra louca. Agora, eu acho, desconfio que eu achei alguns parafusos”, disse a cantora em entrevista ao G1.
Sua última apresentação oficial veio com o anuncio de sua aposentadoria. No dia do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro de 2013, a cantora fez seu último show, sendo completamente ovacionada pelo público presente.
Entre tantos momentos marcantes, foi a primeira mulher a dar um selinho na apresentadora Hebe Camargo, em 1997, provocando o espanto da sociedade à época com sua ousadia. Foi a primeira roqueira a fazer shows acústicos, o que terminou se consolidando entre vários grupos futuramente.
Os últimos anos, entre tratamento contra o câncer, Rita Lee permaneceu ao lado de sua família. Recentemente, a cantora foi homenageada no programa Altas Horas, que fez um percorrido por toda sua trajetória artística e musical.