As frustrações podem ajudar a criar um futuro melhor para as crianças? Saiba mais sobre o que o pediatra tem a dizer sobre esse assunto!
Nos últimos anos, as relações entre pais e filhos têm se transformado bastante, e nesse cenário vários conflitos podem surgir, deixando-os com muita dúvidas sobre se estão oferecendo a melhor criação possível para os pequenos, que representam o futuro do mundo.
O pediatra Daniel Becker, que está sempre abordando esse relacionamento em suas redes sociais, deu a sua opinião sobre um padrão de criação que vem sendo repetido em nossa sociedade e pode não fazem bem para os filhos a longo prazo.
Em uma entrevista ao “Tudo Sobre Minha Mãe”, Becker comentou que estamos vivendo um tempo em que a infancia tem sido muito valorizada pela mídia e pela sociedade de forma geral. No entanto, aquilo em que ela realmente importa, em sua essência, tem se perdido.
Como uma das principais razões para isso, o pediatra aponta a falta de convivência entre pais e filhos, devido as condições de vida que temos no mundo moderno.
Os pais e mães estão trabalhando cada vez mais, e tendo menos tempo para passar tempo com os filhos. No entanto, quando encontram uma brecha em sua rotina, não sabem lidar com eles, porque ficam separados durante muito tempo, e acabam substituindo um momento de brincadeiras e de diálogo pelos aparelhos celulares.
Como consequência dessa falta de contato com os pais, as crianças acabam se comportando mal como uma tentativa de chamar a sua atenção, que novamente não sabem lidar com isso e não querem ter que enfrentar os olhares tortos das pessoas nas ruas.
Dessa maneira, os filhos acabam crescendo sem saber como manifestar as suas emoções e nem exibir comportamentos comuns da infancia.
Pela falta de controle e gerenciamento dos pais, eles acabam crescendo tendo todas as suas vontades realizadas, sem qualquer tipo de limite e com zero conhecimento em lidar com os imprevistos e as frustrações que são parte inevitável da vida.
Embora possa parecer uma boa solução a curto prazo, a realidade é que esse tipo de criação, baseada nos cederes, é realmente perigosa, pois coloca a coroa de “rei” e “rainha” nos filhos, que deveriam estar aprendendo com os seus pais.
Becker opina que não é saudável que as crianças cresçam dessa maneira, e pontua, que é necessário que elas vivam experiências de frustração, riscos ou machucados. Ele acredita que não é certo criarmos as crianças apenas dentro de casa, assistidas por televisões e aparelhos celulares o dia inteiro.
Em sua visão, é necessário tirarmos as crianças de casa, levá-las para passear em parques, praias, e outros lugares, assumindo os riscos que podem vir com essas situações.
De uma forma geral, algo que podemos concluir através de suas falas é que os pais precisam assumir os seus papeis de verdade na criação dos filhos, e não apenas tentar “tampar buracos”, para não terem que lidar com toda a responsabilidade.
Faz parte de um boa criação ouvir “não”, cair, se decepcionar e lidar com os dias difíceis da vida. Se as crianças não aprendem sobre isso desde se tornarão, se tornarão adultos que acham que o mundo gira ao seu redor, e que não saberão lidar com o fato de que precisam batalhar para conseguirem conquistar os seus objetivos.
As crianças que se frustram, em um nível saudável, é claro, acabam por se tornar adultos maduros e felizes, porque sabem desde cedo que o mundo não lhes deve nada, e que precisam estar dispostas a se levantarem todas as vezes em que acabarem indo ao chão.