Deixar o vício no cigarro parece ser uma tarefa quase que homérica para algumas pessoas. Enquanto alguns conseguem abandonar o vício de maneira relativamente fácil, outros sofrem durante o processo. Selton Mello, de 50 anos, revelou nesta última quinta-feira (11/05), em um desabafo surpreendente sobre o processo de se ver livre do tabagismo.
Só em 2017, o Brasil tinha aproximadamente 18 milhões de fumantes. Dessa população, mais de 11 milhões eram homens. Os dados são do Ministério da Saúde. O tabagismo já é considerado como uma doença e é preciso que as pessoas passem a ver o vício como tal para que exista uma mudança de hábitos.
Para a cardiologista e diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração, em São Paulo, Jaqueline Scholz, é importante que a pessoa entenda que ela pode buscar ajuda médica para largar o vício em cigarro e que não precisam passar pelo processo sozinhas.
“Normalmente, [as pessoas] só buscam um especialista quando são diagnosticadas com uma enfermidade ou alguma limitação relacionada ao cigarro. Isso é um problema”, comenta a cardiologista Jaqueline Scholz em entrevista ao R7.
De acordo com o Ministério da Saúde, o tabagismo é considerado como uma doença crônica, onde existe uma dependência da nicotina que está presente nos produtos à base de tabaco. Na Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, o tabagismo integra o grupo de “transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento”, devido ao uso da substância psicoativa.
Anualmente, pelo menos 8 milhões de pessoas morrem em decorrência a problemas relacionados ao vício do cigarro. Só 7 milhões dessas mortes são decorrentes do uso direto do cigarro, enquanto 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. As informações são da Organização Mundial da Saúde.
Das doenças relacionadas ao consumo do cigarro estão os seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda, câncer de bexiga, câncer de pâncreas, câncer de fígado, câncer do colo do útero, câncer de esôfago, câncer de rim e ureter, câncer de laringe, câncer na cavidade oral, câncer de faringe, câncer de estomago, câncer de cólon e reto, câncer de traqueia, brônquios e pulmão.
Além dessas doenças, o tabagismo pode provocar também outras doenças crônicas, como a tuberculose, infecções respiratórias, úlceras gastrintestinais, impotência sexual, infertilidade em homens e mulheres, osteoporose, catarata, entre outras.
No Brasil, pelo menos 443 pessoas morrem por dia em decorrência do tabagismo, o que gera R$ 125 bilhões de custos aos cofres públicos derivados à saúde. O Ministério da Saúde também aponta que pelo menos 161 mil mortes anuais poderiam ser evitadas se as pessoas deixassem o vício em cigarro.
Em suas redes sociais, Selton Mello resolveu compartilhar sua experiência após um ano limpo do vício de cigarro. Ele revelou aos seguidores que passou 25 anos, dos 50 que tem, fumando. Mas para quem acha que foi fácil o percurso, o ator e diretor logo desmente, afirmando que o início foi difícil.
“Sabe o que mais me ajudou? A percepção de que aquilo fede muito!”, comentou o ator em sua publicação. Outro ponto que o fez perceber o vício e se decidir por parar de fumar, foi se aproximar aos fumantes. Segundo o ator, o cheiro não é neutralizado nem com perfumes.
“Se isso vai te chocar e te ajudar a pensar, saiba: se você é fumante, você cheira mal. Simples e duro assim. Não adianta perfume e chiclete, você está impregnado”.
Fora a questão do cheiro, o ator também salientou que sua saúde melhorou bastante, inclusive seu fôlego, mas ele alega que o ponto de virada foi a “fedentina” e a “repulsa” que passou a sentir.
“Não digo que sou ex-fumante. Estou sem fumar há um ano”.