Cerca de 72 mil tartarugas aproveitaram o total isolamento do local, devido à pandemia, para ocupar cada porção do litoral e dar início a um novo ciclo de vida.
A vida animal tem aproveitado o distanciamento social causado pela pandemia do novo coronavírus para renascer em sua forma mais espetacular. O resultado tem sido um show de beleza, como o que tem ocorrido nas praias costeiras de Odisha, na Índia.
Sem milhares de turistas visitando o litoral e até mesmo de caçadores que tanto as ameaçavam, centenas de tartarugas da espécie Olive Ridley aproveitaram o total isolamento para ocupar as ilhas Gahirmatha e Rushikulya Rookery.
As centenas de quilômetros de litoral de areia sem nenhum movimento humano são o cenário perfeito para as tartarugas fazerem seus ninhos, por isso a migração em peso desses animais.
Os répteis Olive Ridley estão ameaçados de extinção e foram classificados pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como espécie vulnerável.
O motivo pela redução de sua população, infelizmente, é a ação do homem. Os ovos botados pelos animais são alvos de traficantes que atuam no comércio ilegal de répteis. Na natureza, as tartarugas ainda estão ameaçadas por plástico e outros resíduos lançados nos mares.
Contudo, as praias da região de Odisha são os locais que, todos os anos, mais recebem esses visitantes ilustres para o ciclo de desova. Conforme a Organização para a Vida Selvagem de Odisha (OWO), quase 50% da população mundial das tartarugas da espécie se deslocam para o local nesta época.
O período de desova, consequentemente, sempre atraiu milhares de turistas para acompanhar esse espetáculo da natureza.
No entanto, este ano, devido à quarentena, toda a região foi isolada, enquanto os moradores cumprem as ordens de permanecer em casa.
O local só está aberto para pesquisadores e associações ambientais. O patrulhamento também foi reforçado para garantir que turistas e predadores não cheguem próximo das tartarugas.
Apesar de a presença dos animais já ser esperada, um número ainda maior de espécimes tomou conta da praia Rushikulya em menos de uma semana, por exemplo. A estimativa inicial é de que pelo menos 72 mil animais depositaram seus ovos na praia.
Grande parte do grupo, inclusive, é composta por animais que nasceram neste mesmo local. Levando-se em conta que cada ninho chega a receber cerca de 100 ovos, a expectativa é de que em até 45 dias, período de incubação dos animais, as ilhas sejam tomadas por um verdadeiro batalhão de pequenas tartaruguinhas. Que fofura!
Não há como negar quão desolador tem sido esse período de alerta e temor, diante do aumento do número de pacientes com a doença, mas cenas como esta são a prova de que a natureza está sempre se reinventando.
Precisamos seguir esse exemplo e não perder a esperança de que também superaremos esta situação e nos tornaremos ainda mais fortes.
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Direitos autorais da imagem de capa: reprodução/Twitter @DrAshJac.