Sente-se um ET nesse mundo?
Desde pequena percebia que era diferente das pessoas. Não somente pela minha rígida criação, mas era pelo fato de não me sentir parte de nada que era comum: brincar nos intervalos do primeiro grau era resumido a estar em panelinhas, comer salgadinhos, falar mal de outras pessoas. Nunca tive panelinhas. Sempre um pouco nômade. Encontrando pessoas aqui, outras lá. Mas sempre educada.
Encontrei-me algum tempo após na classificação nerd. E para compensar, coloquei aparelhos e óculos de grau. Quase um fundo de garrafa.
Bom, as pessoas na minha idade iam atrás de novelinhas, eu gosta de livros. As pessoas saiam à noite, meus pais não deixavam, desenvolvi habilidades na música. Em pouco tempo eu era a nerd que tocava violino na orquestra. Boa em matemática, português e mais ou menos em física.
Agora na faculdade as coisas não mudaram tanto. Ainda sou nerd. Hoje moro sozinha. Tenho mais liberdade de… ser eu mesma?
Bom, continuo amando estudar. Estudo de tudo um pouco. As amizades que desenvolvi também possuem um pouco do gosto por assuntos como mecânica quântica, suturas e assuntos de cirurgia, análise social, ainda música, um pouco de psicologia e por aí vai.
Nunca fui de ir em festas. Na verdade, nunca vi graça alguma nisso. Sempre os mesmos comportamentos de jovens que querem aliviar o estresse e saem para dançar e beber. Nem vou falar das músicas que estão tocando por aí.
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Minha mãe falava que na época dela eram bailes, e no momento de dançar que se trocavam algumas palavras com o rapaz. Nas palavras dela e de mais um monte de senhoras que eu entrevistei, é um coral a resposta: tudo era mágico.
Vamos mais a fundo, qual a diversão de nerds? Videogame? Ficar isolado de um mundo que não te compreende? Acho que sim.
A questão do isolamento hoje em dia está sendo presente em diversos tipos de pessoas, não somente em tímidos, como também na depressão, é uma série de síndromes.
Por falar nisso, está sendo cada vez mais raro encontrar pessoas que não tomem alguma medicação, algum antidepressivo.
Voltando, eu sempre tive certo medo de mostrar quem eu sou por medo de julgamento. Hoje eu não sei se somente há esse medo. Qual a importância em expor a própria opinião para um mundo fechado a ela?
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Pois seria muito legal compartilhar algumas informações como por exemplo mergulhar uma Carolina (doce com chocolate e doce de leite) no café expresso. Ou comer um bife suculento temperado com pimenta síria. Ou mesmo cantar eu e você e um violão.
Numa boa. Quem acorda numa madrugada de segunda-feira feliz? E coloca música e dança sem ninguém ver? Sem se importar com as gordurinhas do corpo, com as olheiras? Não precisa dizer através das redes sociais que você está feliz, apenas seja
E aí? Vocês têm gostos estranhos!? Comportamentos que saem do que a maioria classifica como normal?
Me contem aí! 😉
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