Após 1 mês da estreia de “Travessia”, a novela falha em vários quesitos, sendo difícil ajustar o roteiro.
A novela “Travessia”, estreada no início de outubro na Globo, tem sido muito comentada na internet por seus internautas, entretanto, a maioria se mostra insatisfeito com vários quesitos da trama, como atuação fraca ou a politização indireta que a escritora da novela, Glória Perez, traz consigo. Por ter sido estreada logo após o término do remake de “Pantanal”, a novela não caiu no gosto do público como a antiga, o que fica ainda mais difícil para o roteiro ter solução.
Com direção artística de Mauro Mendonça Filho, a novela tem tanto atores conhecidos para os papéis principais, como Chay Suede e Rômulo Estrela, bem como atrizes mais novas, como Lucy Alves e a própria Jade Picon, que faz o seu primeiro trabalho como atriz este ano.
Confira abaixo 8 erros que fazem “Travessia” uma novela problemática:
1. Tema atual, mas fraco
Querendo trazer temáticas mais atuais à trama, Glória Perez apostou na deepfake, que acabou gerando uma grande injustiça contra a personagem principal, Brisa. Na novela, a personagem maranhense é confundida com uma sequestradora de crianças e até sofre tentativa de linchamento, fugindo para o Rio de Janeiro. Entretanto, a temática acabou saturada, o que deixou muitos internautas indiferentes. Sem conseguir o compadecimento do público, Brisa não consegue estabelecer uma ligação emocional forte com os mesmos.
2. Novela substituiu um grande sucesso
Antes de estrear na Globo, no horário de “Travessia” passava o remake de uma das novelas brasileiras mais icônicas, “Pantanal”. A novela original, de 1990, foi um grande sucesso na época, mudando completamente a história da telenovela no Brasil, por isso, quando o remake foi produzido, o público já tinha um grande carinho por ela, se tornando popular novamente.
3. Polêmicas envolvendo Cássia Kis
Em todos os lugares, um dos assuntos mais comentados é sobre o futuro da atriz Cássia Kis em “Travessia”. Após participar de uma live com a jornalista Leda Nagle, a atriz fez declarações consideradas homofóbicas pelo público, além de pregar intervenção militar para impedir a posse do futuro presidente do Brasil, Lula. Após os dois episódios, o público começou a pressionar a Globo quanto advertir ou punir a artista da novela, especialmente pela empresa defender a diversidade.
4. Protagonista “sem brilho”
Apesar de Lucy Alves ser uma atriz talentosíssima, Brisa, sua personagem na trama, foi escrita “sem brilho”, ofuscando o carisma da intérprete. Por conta da ingenuidade irritante, as poucas falas durante a história e ações incompreensíveis, o público demonstra pouca empatia por Brisa, deixando a desejar. Na trama, a personagem muitas vezes parece perdida, e não tem a sede de justiça como toda protagonista, faltando uma atitude mais firme, apesar de se mostrar uma mulher muito batalhadora.
5. Falta de química entre Brisa e Ari
Lucy Alves e Chay Suede, que interpretam Brisa e Ari respectivamente, formariam um casal irresistível na trama, entretanto, falta química entre seus personagens. Apesar das cenas de sexo serem bastante eufóricas, no dia a dia Brisa e Ari tem um relacionamento frio e pouco convincente, especialmente por Ari não ter demonstrado sua verdadeira face, já que o público ainda não sabe se o homem é vilão ou anti-herói.
6. Antipatia do público quanto a Jade Picon
Desde que Jade Picon foi escalada para estrear na novela, a influenciadora e ex-BBB recebeu a antipatia do público, principalmente por ter saído como “vilã” do reality show. Sem uma preparação específica para o trabalho como atriz e a falta de experiência, Jade Picon conquistou o papel como Chiara, entretanto, muitos acham que o papel de destaque não tem sido bom.
7. Falta de humor na trama
Todos os roteiros que Glória Perez escreveu, apesar de serem intensos, sempre tiveram um alívio cômico característico. Em “O Clone” (2001), por exemplo, Dona Jura (Solange Couto) e Nazira (Eliane Giardini) eram as personagens divertidas que encantavam o público na época, enquanto na novela “Caminho das Índias” (2009), havia Norminha (Dira Paes) para esse papel. Entretanto, assistindo a nova trama da Globo, falta humor em meio a tantas tramas pesadas. Os únicos momentos mais divertidos em “Travessia” são quando a delegada Helô e seu ex, Stênio, têm embates.
8. Politização
A política também foi um assunto que refletiu diretamente na novela. Muitos internautas criaram antipatia por Glória Perez, que é vista como apoiadora sigilosa de Jair Bolsonaro, por causa das publicações que a escritora curte nas redes sociais. Apesar de não apontar nenhum boicote organizado pelo público, há uma visível tensão na internet sobre o assunto, diante das eleições presidenciais.