O cantor Seu Jorge compartilhou em uma recente participação no podcast “PodPah” lembranças do período em que viveu nas ruas enquanto buscava construir sua carreira artística.
Nascido em uma comunidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Seu Jorge sempre nutriu o sonho de seguir a música.
Porém, ao abrir mão de um emprego convencional, enfrentou problemas em sua vida pessoal e nas relações familiares.
Em 1990 decido não trabalhar de carteira assinada e isso foi um problema porque meus pais e meus tios são tudo da década de 30. Eu sou filho de pais retintos que também são filhos de pais retintos e a gente veio de um lugar de negritude explicou Seu Jorge, que disse que sua família chegou a se redimir com ele
Muito tempo depois, meu tio e meu pai me pediram perdão e eu falei: “não tem sentido”. É que a gente não aprendeu a sonhar. Sonhador pra gente era perdedor e perda de tempo comentou
O cantor, conhecido por sucessos como “Mina do Condomínio” e “Burguesinha”, revelou que, mesmo enfrentando momentos de vulnerabilidade, nunca desistiu da música, apesar da descrença de muitos ao seu redor.
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Eles estavam esperando o telefone tocar e alguém dizer “tá preso”. Eu estava vivendo em uma condição de rua para fazer isso. Falava que estava no teatro, fazendo minhas coisas, ninguém acreditava, achavam que era papo furado, que estava andando com gente torta relatou Seu Jorge
Seu Jorge compartilhou que seu pai só passou a acreditar em seu talento quando o viu afinando um violão. Ele também enfatizou sua persistência no sonho, confiante de que, eventualmente, as coisas se encaminhariam para ele.
Sofria muito, pra caramba, mas com resiliência e criando casca. Tinha uma necessidade grande de ter dignidade. Eu sabia que a música ia me ajudar a restaurar minha dignidade. Sempre soube e isso me mantinha calmo concluiu