Ainda não se sabe ao certo por que as pessoas sonham ou de onde os sonhos vêm.
Ao longo dos anos, os especialistas concluíram que sonhar ajuda a consolidar e analisar memórias, habilidades e hábitos, além de servir como um ensaio para várias situações e desafios enfrentados durante o dia.
A maioria dos nossos sonhos ocorre durante o sono REM (movimento rápido dos olhos), que atravessamos durante a noite. Estudos do sono revelaram que nossas ondas cerebrais são quase tão ativas durante os ciclos REM quanto quando estamos acordados.
Acredita-se que o tronco cerebral seja responsável pela geração do sono REM, enquanto os sonhos são gerados pelo prosencéfalo. Em casos de lesões no prosencéfalo, as pessoas podem entrar em sono REM, mas não são capazes de sonhar.
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Pesquisas sugerem que os sonhos derivam mais da nossa imaginação, composta por memórias, pensamentos abstratos e desejos que são processados pelo cérebro.
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Em contraste, os sonhos não são formados principalmente pela percepção, ou seja, pelas experiências sensoriais vívidas que coletamos em nosso cérebro enquanto estamos acordados.
Independentemente disso, todos nós sonhamos, embora a capacidade de lembrar dos sonhos varie entre as pessoas. No entanto, há três coisas que não somos capazes de sonhar.
Vamos conhecer:
Celulares
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A esmagadora maioria das pessoas simplesmente não consegue sonhar de maneira vívida com um celular. Estudos revelaram que os celulares aparecem em apenas cerca de 4% dos sonhos. Essa descoberta pode ser intrigante, considerando o tempo e espaço que os aparelhos ocupam em nossas vidas cotidianas.
Uma das possíveis explicações é que os celulares são uma invenção relativamente recente. Os sonhos têm raízes antigas e exploram partes mais primitivas da mente humana. De acordo com a “hipótese da simulação de ameaças”, os sonhos têm a função de nos preparar para lidar com situações estressantes e de risco de vida encontradas no mundo real. Como os celulares são uma inovação recente, eles ainda não conseguiram se integrar completamente aos medos e preocupações mais básicos da humanidade.
No entanto, há uma exceção interessante mencionada por especialistas. Quando os celulares aparecem com frequência nos sonhos, é provável que estejam associados a outra emoção humana crítica, como a dor. Isso indica que a ausência dos celulares em nossos sonhos pode ser um indicador positivo de que estamos atualmente livres de situações dolorosas ou estressantes.
Portanto, enquanto os celulares podem não ser uma presença frequente em nossos sonhos, eles continuam a desempenhar um papel importante em nossas vidas diárias, mantendo-nos conectados e fornecendo diversas funcionalidades. É fascinante observar como nossos sonhos podem refletir nossas preocupações e experiências mais fundamentais, mesmo que os dispositivos tecnológicos modernos ainda não tenham sido totalmente incorporados a esse aspecto da mente humana.
Cócegas
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As cócegas são uma resposta primitiva de defesa do nosso corpo. Certas áreas da pele, como o pescoço e as costelas, possuem terminações nervosas mais sensíveis que enviam um sinal de perigo ao cérebro.
Existe uma teoria interessante que sugere que a sensibilidade às cócegas está relacionada à forma como estabelecemos vínculos sociais, principalmente entre pais e filhos, e também está ligada a mecanismos naturais de defesa do corpo.
Curiosamente, as pessoas não sentem cócegas em seus sonhos. Em um estudo publicado na revista Frontiers in Human Neuroscience, pesquisadores trabalharam com sonhadores lúcidos, ou seja, pessoas que têm consciência de que estão sonhando e podem controlar suas ações no sonho. Eles descobriram que esses sonhadores lúcidos não conseguiam fazer cócegas em si mesmos durante o sonho, nem podiam ver ou fazer cócegas em outros personagens dos seus sonhos.
Esses resultados sugerem que, durante o sonho, ainda estamos conscientes de nossos corpos e sensações físicas. Uma parte do cérebro parece reduzir nossa reação aos estímulos, diminuindo a percepção das cócegas. Isso pode estar relacionado ao fato de que, durante o sono, nosso cérebro desativa temporariamente certas áreas responsáveis pela percepção sensorial intensa, como resposta para garantir um descanso adequado.
Embora não possamos sentir cócegas em nossos sonhos, isso não diminui a importância das cócegas como uma forma de interação social e expressão de afeto em nossa vida desperta. As cócegas continuam sendo uma experiência única que nos conecta com os outros e nos traz alegria e diversão em momentos especiais.
Leitura
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É curioso notar que, em nossos sonhos, a leitura não é uma atividade comum. Isso não se limita apenas à leitura de livros, mas abrange qualquer forma de escrita. De acordo com a pesquisadora Deirdre Barrett, PhD em psicologia pela Universidade de Harvard, não se tem conhecimento de pessoas que leem em seus sonhos, pois durante os ciclos de sono, as partes do cérebro responsáveis por compreender e interpretar a linguagem estão predominantemente inativas.
Essa falta de atividade nas regiões cerebrais associadas à linguagem é também a razão pela qual a maioria das pessoas não sonha com a linguagem falada da mesma forma que quando estão acordadas. Nos sonhos, é comum que palavras inventadas ou frases sem sentido apareçam.
No entanto, há uma exceção interessante: os poetas. Eles são considerados o único grupo de pessoas que conseguem ler de forma consistente em seus sonhos. Isso ocorre porque os poetas têm uma relação menos estruturada e mais criativa e fluida com a linguagem. Sua habilidade de explorar a linguagem de maneira única permite que eles leiam e interajam com textos em seus sonhos de uma forma que a maioria das pessoas não experimenta.
Essa descoberta revela como nossos sonhos podem refletir e ser influenciados pelas nossas habilidades e experiências individuais. Embora a leitura não seja uma atividade comum nos sonhos para a maioria das pessoas, os poetas demonstram como a paixão e o domínio de uma forma específica de expressão podem transcender os limites dos sonhos.
Enquanto os sonhos nos permitem explorar e experimentar uma variedade de sensações e situações, a ausência da leitura nesse contexto nos lembra que a linguagem e a comunicação são habilidades profundamente enraizadas em nossa vida desperta, proporcionando-nos uma rica interação com o mundo ao nosso redor.
O que podemos concluir?
Em resumo, existem três coisas com as quais não conseguimos sonhar: celulares, a sensação de cócegas e a leitura. Embora os sonhos sejam um mundo rico e ilimitado de possibilidades, esses elementos parecem não encontrar espaço em nossas experiências oníricas.
Essas ausências nos levam a refletir sobre a natureza dos sonhos e sobre como eles são influenciados pelas estruturas e processos do nosso cérebro. Enquanto os celulares e a leitura são produtos relativamente recentes em nossa história, nossos sonhos ainda se conectam com aspectos mais antigos e primitivos da mente humana.
Enquanto isso, a falta da sensação de cócegas em nossos sonhos pode ser um reflexo da maneira como nosso cérebro modula as respostas sensoriais durante o sono, priorizando o descanso e minimizando estímulos externos.
No entanto, apesar dessas limitações em nossos sonhos, é importante lembrar que eles continuam sendo um reino mágico e fascinante, onde podemos explorar nossa imaginação, enfrentar desafios e experimentar emoções intensas.
À medida que aprendemos mais sobre os mistérios dos sonhos, somos constantemente lembrados da complexidade e singularidade de cada indivíduo. Enquanto compartilhamos certas limitações em nossas experiências oníricas, também existem exceções que desafiam as normas, como os poetas que leem em seus sonhos.
Os sonhos nos convidam a uma jornada interior, onde podemos encontrar respostas, inspiração e revelações. E, mesmo que não possamos sonhar com certas coisas, é na singularidade e na diversidade dos sonhos que encontramos o verdadeiro poder e significado dessas experiências noturnas.
Assim, deixemos nossas mentes se aventurarem pelos reinos dos sonhos, abertos para as possibilidades infinitas que nos aguardam, enquanto continuamos a desvendar os segredos e a maravilha desse mundo misterioso que existe além do nosso estado de vigília.