“Temos mais preguiça no espírito do que no corpo.”
(François La Rochefoucauld)
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Desde que o homem vive na terra, há indícios da preocupação com a sua imagem física. Sempre houve algum ganho em apresentar-se fisicamente adequado. Exibir uma imagem “bonita” causa mais do que admiração e/ou desejo, em resumo, dizem que a vida é mais fácil para os “bonitos”. Talvez por isso, ao longo dos anos o conceito de beleza física foi se “aprimorando” e hoje podemos afirmar que não há mais limites para a busca do belo; entretanto, há que se lembrar que o que pensamos e sentimos vem da nossa mente, e não do corpo. Infelizmente, o que temos visto hoje na sociedade são corpos lindos – e infelizes!
O movimento de buscar sentir-se bem com a própria imagem é muito saudável e a preocupação com a saúde física e com o próprio corpo faz parte da vida e é mais uma forma – dentre tantas – de melhorar a sua autoestima. O problema surge quando a busca por um corpo perfeito passa a escravizar e, em casos mais graves, deixa de promover saúde e bem estar para ser mais um foco de doença. Para nós, psicoterapeutas, há sempre uma preocupação com o que as pessoas tentam esconder de si mesmas quando entram em qualquer padrão de comportamento compulsivo. A busca compulsiva por um corpo perfeito pode esconder o medo ou a tentativa de mascarar uma dor, uma perda ou mesmo um conceito muito ruim de si mesmo.
A melhor forma de avaliar se o culto ao corpo tornou-se patológica é observar, em primeiro lugar, o nível de importância que isso tem na sua vida e também o quanto de energia/tempo/dinheiro você investe nisso. Já diz um velho ditado: nada que é demais é bom. Se você estiver dando a isso mais importância do que outros constructos da sua vida, fique alerta. O segredo da felicidade e da saúde física/mental ainda é o equilíbrio, além do mais, ninguém gosta e nem deve ser avaliado apenas pela imagem física, então, devemos mostrar algo que possa ser visto além dela.
Em um quadro pouco otimista vemos hoje, crianças e adolescentes escravos da própria imagem física, buscando padrões idealizados e, por consequência disso, se frustrando. Não somos perfeitos e é importante passar isso para as gerações futuras. Todo e qualquer fanatismo, seja pelo corpo sarado, ou por qualquer outro assunto, vai levar ao sofrimento, pois tira a liberdade de pensar e de enxergar as diferenças. Liberte sua mente e não se escravize por qualquer padrão de conduta. Questione e questione-se sempre. Acima de tudo: ACEITE-SE. Aceitar a si mesmo é o ponto de partida para qualquer mudança e também para que se possa alcançar um objetivo.
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Malhe seu corpo, mas não tenha preguiça de malhar também a sua mente, e a mente a gente malha pensando!