Uma das relações trabalhistas mais delicadas, com certeza, é entre patroa e empregados domésticos. Essa delicada relação pode estar sujeita a turbulências, como se tornar uma grande parceria.
Susana Vieira admitiu recentemente que pôde ter sido um clássico exemplo de patroa que inferniza a vida dos funcionários.
Em uma entrevista, às vésperas da estreia de “Terra e Paixão”, novela de Walcyr Carrasco que substitui “Travessia” de Glória Perez, a veterana disse que sempre quis que seus funcionários fossem exemplares e dessem sempre o seu melhor em seus trabalhos.
“Eu era o inferno dos funcionários. Vejo um pó na mesa de longe!”, revelou a atriz Susana Vieira.
Com a agenda apertada por conta dos compromissos com as gravações de novelas ou trabalhos em outros projetos, a atriz foi abdicando da rotina do lar aos poucos, para ter mais tempo com o filho, a nora e principalmente com os cachorros, com quem tem convivido mais e que, segundo ela, a conhecem tão bem que sabem detectar seu lado “doce”.
Susana Vieira alega que perdeu “o resto de ternura” logo após o falecimento de sua mãe, em decorrência a um tumor cerebral. Com seu falecimento precoce, a mãe da atriz nunca pôde presenciar o sucesso da filha na teledramaturgia brasileira, o que se transformou em uma grande mágoa para a veterana.
Segundo o site Notícias da TV, a mãe de Suzana morreu devido a um câncer cerebral, aos 42 anos, enquanto seu pai faleceu aos 93. Devido aos traumas gerados com ambos falecimentos, a atriz é bastante reticente ao querer falar sobre a morte, apesar de ter problemas de saúde. Diagnosticada com leucemia crônica, ela faz imuno e quimioterapia quando é prescrita pelo médico.
Infelizmente, a declaração da atriz não passou desapercebida e gerou uma série de críticas por parte dos internautas. “Ou seja, antipática”, resumiu uma. “Arrogante… ao invés de infernizar deveria usar a língua para limpar o pó”, disparou um. “Sempre foi insuportável, intragável essa mulher. Uma soberba sem tamanho. Nunca fui com a cara dela”, afirmou outra. “Não sei como o cancelamento não veio para essa senhora”, comentou um terceiro.
No entanto, esse “infernizar” é um termo e uma situação considerada como delicada e tênue. A Lei dos Domésticos foi promulgada somente em 2015, e trouxe consigo uma série de benefícios e respaldos para os trabalhadores domésticos. A lei é considerada um grande avanço no meio trabalhista.
Mas apesar de todo o avanço, existem inúmeros relatos na internet que apontam abusos por parte dos empregadores em relação a seus subordinados domésticos. Para uma melhor compreensão, de acordo com a lei, somente pode ser considerado como trabalhador doméstico aquele “que presta serviços de natureza contínua, subordinada, onerosa e pessoa. E de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de dois dias por semana”.
São considerados empregados domésticos, independente do sexo da pessoa que desenvolva a função, a cozinheira, a governanta, o mordomo, a babá, o lavador, a lavadeira, o faxineiro, o vigia, o piloto particular de avião e helicóptero, o motorista particular, o jardineiro, o acompanhante de idosos, entre outras atividades relacionadas com o ofício familiar.
Para tentar verbalizar e materializar os abusos sofridos por empregadas e trabalhadoras domésticas, a professora de História e ex-empregada doméstica Joyce Fernandes criou uma página nas redes sociais para compartilhar a delicada relação entre empregados domésticos e seus empregadores. O intuito, além de mostrar uma realidade escondida, é criar consciência a partir das vivências das milhares de mulheres Brasil adentro que trabalham no serviço doméstico.
Segundo a reportagem do Fantástico, de 2021, os deveres do trabalhador doméstico compreendem na assiduidade ao trabalho. O desempenho correto de suas tarefas, conforme as instruções fornecidas pelo empregador. A emissão de um recibo ao empregador, onde atesta que recebeu o salário referente ao mês. Informar ao empregador sua intenção, com antecedência de 30 dias, em caso de pedido de dispensa.