A tapera de Juma Marruá ganhou uma reforma e ainda uma réplica nos Estúdios Globo, onde são gravadas cenas que se passam em seu interior.
Para o público que acompanha a novela “Pantanal” com afinco, um dos ambientes mais conhecidos por todos – além das exuberâncias da mata nativa – é a tapera de Juma. Junto com a protagonista, a casa acabou fazendo parte de muitos memes nas redes sociais, fazendo com que o público se perguntasse o que aquele local tinha de especial no fim das contas.
Segundo reportagem do Extra, a famosa tapera era uma casa de alvenaria abandonada em uma das fazendas de Almir Sater, que interpreta Eugênio do remake de “Pantanal”. Logo depois que a direção e os responsáveis pela cenografia visitaram as instalações, o espaço passou por uma reforma e acabou ganhando uma réplica nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro.
A reprodução da casa no Rio de Janeiro serve justamente para as cenas dentro da tapera, que foram gravadas em outro local. “Entendemos a necessidade de conectar melhor os ambientes, os quartos com a sala e com a cozinha. Porque eram portinhas pequenas e apertadas. Então a gente fez aberturas de vãos maiores entre esses ambientes para facilitar a gravação” — explicou Bruno Freitas, cenógrafo assistente de “Pantanal”.
“Reforçamos a casa toda, porque era uma casa muito antiga, estava ali havia muito tempo. E como a gente começou a mexer nas paredes, aumentar vão de porta, quebrar paredes, tivemos que fazer um trabalho de reestruturação da casa como um todo. As madeiras que já eram existentes estavam bem comprometidas, tivemos que fazer uma troca de madeira do telhado também”, disse o cenógrafo.
Bruno ainda explica que foram aproveitadas madeiras locais que iam para um posto de descarte em outras fazendas no estado, o que foi importante para o aspecto que queriam criar para o cenário. Claro, a equipe também não descartou a importância da veracidade do cenário pantaneiro, que precisava estar presente nas cenas. “Elas não poderiam ter um aspecto de madeira novinha. Isso ajudou muito no cenário, porque trouxe uma verdade para ele. Conseguimos fazer as duas coisas juntas, a parte de segurança com a parte estética.”
Fundos da casa
Uma parte da construção que chama a atenção na tapera são os fundos, onde existem madeiras trançadas que ficam na parte de fora. Isso foi pensado para dar um aspecto da região para a casa e também para que a direção tivesse melhores opções para filmar. Bruno explica que, dentro da trama, se tratava justamente de uma tapera que foi encontrada no início do folhetim pelos personagens, e que precisava ter a dinâmica de passagem do tempo que a própria novela faz.
“Conforme o tempo passou, eles foram fazendo melhorias e adaptando para ser o espaço deles. Então usamos muito uma estrutura que se assemelha a do pau a pique, que é uma trama, só que não fizemos o fechamento com o barro, até porque não é muito característico ali do Pantanal, deixamos só a estrutura mesmo. Com umas varetas, que parecem uns galhos fininhos, que facilita a entrada de luz, tem uma relação de você ver através, você ganha uma profundidade também. Estabelece uma relação entre os ambientes e os personagens, quando passa por dentro ou por fora da casa. Aí a gente começa a também oferecer para a própria direção opções para eles gravarem, eixo de câmera, profundidade, entrada de luz”, explicou o profissional.
Toque central
Uma parte muito comentada pelo público é a árvore que fica no fim do corredor central da casa, e que não estava ali originalmente. Ela foi colocada pela equipe de cenografia, que contou com uma referência que o chefe viu em uma viagem que fez ao Nordeste. “A gente executou pegando um galho de uma árvore grande, em que só o galho dela tinha uma escala que funcionaria para a tapera como uma árvore. Então fizemos um buraco, ele foi enterrado com uma profundidade boa, concretado ali e a parte que ficou para fora foi trabalhada também, fizemos enxerto de alguns galhos menores, para que houvesse uma plasticidade que ornasse também com a história. É uma árvore seca”, finaliza o profissional, que auxiliou na mágica da tapera.