Depois de vários términos seguidos, resolvi a força, tirar um tempo só pra mim mesma. Não é uma escolha muito fácil, principalmente quando é o momento onde buscamos nos auto conhecer. Você pode chamar esse momento de solidão ou liberdade, e há diferenças entre as duas, e vai de você saber em qual estado está.
Passei três anos sozinha e, esse tempo todo, eu estava na caixa. O que seria a caixa? Minha solidão. Em três anos, pude conhecer tantas pessoas legais e gentis e, na hora de dar o próximo passo, eu corria pra caixa; porque é mais fácil cortar algo que ainda não virou raiz, é mais fácil fugir do que enfrentar. Mas, nos piores dias sozinha, a solidão cobrava o vazio no peito.
Fiz da caixa, meu paraíso de dor particular; toda vez que eu estava prestes a me apaixonar, corria pra caixa; toda vez que alguém se aproximava demais, eu me jogava na caixa. Todo sábado perdida embaixo das cobertas, chorava e transformava a cama em minha caixa. Mas Deus, três anos dentro da caixa, eu aprendi tanto sobre mim, porque não explorar o mundo?
Eu realmente tentei. E falhei, feio. Ao menor sinal de aproximação, corria pra caixa de novo. Mas eu estava tentando. E nessa de tentar ser, aprendi uma coisa. Eu finalmente aceitei que a minha solidão era na verdade, liberdade e eu comecei a gostar de ter liberdade em esperar alguém que fosse do jeitinho que sempre pedi a Deus em minhas orações. Comecei a aceitar que sábados eram para curtir, fosse em casa ou em um show de rock e os domingos, de preguiça pura, embora minha preguiça seja pura todos os dias. Aprendi que a teoria da caixa não passa de uma teoria de esconde-esconde, onde nós só queremos estar naquele cantinho, até estarmos pronto para enfrentar o mundo novamente.
Você se sente assim? Tendo que recorrer à caixa? Isso não é ruim, se não estiver pronto para desbravar o mundo novamente, pois só quem sofre sabe o tamanho da sua dor. Se você não se sente bem ainda para botar a cara no mundo, esquece, pois pode se frustrar e ir perdendo totalmente a vontade de sair da caixa. E quando perdemos a alegria de viver, meu amigo, esquece, você vai morrendo aos poucos e, quando se dá conta, passou metade da sua vida se lamentando por não ter vivido boas experiências.
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A questão é, use a caixa quando for necessário amadurecer alguns sentimentos e se conhecer, mas não abuse da solidão, porque ninguém é feliz sozinho. É clichê? É, obviamente, mas é a verdade. Não precisa sair da caixa quando passar todos os seus medos, até porque, superar sentimentos, traumas e medos é algo tão difícil, mas, se você estiver pronto para dar o primeiro passo e, importantíssimo, estiver ciente de que tem medos sim, mas que a vida é muito mais que o medo de se entregar, você viverá maravilhas!
O que está esperando para sair da sua caixa? O que você está esperando para se dar uma chance? Porque não se trata de dar uma chance para vida, um novo amor, novas amizades, se trata de você, sempre foi e sempre será você! Se dê a chance de sorrir de novo, de acreditar de novo. De amar, mais e infinitamente.