Quando engravidou de trigêmeas, Kathleen Jump enfrentou a difícil decisão de entregar duas de suas filhas para adoção. À época, ela não possuía recursos financeiros para cuidar das três bebês, então buscou uma família para cuidar de suas meninas. Depois de anos separadas, as irmãs conseguiram se reencontrar pessoalmente quando eram pré-adolescentes, conforme relatado pelo site Metro.
O reencontro ocorreu graças a Rikki Jump, a trigêmea que foi criada pela mãe. Ao descobrir a existência de suas duas irmãs, a jovem, com apenas 8 anos na época, iniciou uma troca de cartas com elas. O reencontro das três ocorreu quando tinham 11 anos, e desde então, as garotas tornaram-se inseparáveis. Hoje, com 32 anos, são as melhores amigas. Rikki compartilhou suas emoções, dizendo: “Estávamos nos escrevendo há tanto tempo, então quando nos conhecemos foi como ver uma velha amiga” Julianne complementou, acrescentando: “Parecia que eu estava em sintonia com uma amiga de longa data”.
Rikki, residente do Texas (EUA), explicou que sua mãe descobriu a gravidez de trigêmeos quando estava com sete meses de gestação. “Quando minha mãe engravidou, isso foi no início dos anos 90, eles não faziam tantos ultrassons como fazem agora”. contou. Aos sete meses, durante um exame na 28ª semana, a grávida recebeu a surpreendente notícia de que três bebês estavam a caminho. “Meus pais não eram ricos – meu pai era motorista de caminhão e minha mãe trabalhava como entregadora de cartas. Minha mãe e meu pai só se prepararam para um bebê. Como minha mãe era surda e não estava bem financeiramente, meus pais decidiram colocar as outras duas [bebês] para adoção”, relatou a jovem.
O segundo passo foi determinar quais filhas seriam adotadas. Kathleen fez essa escolha de maneira bastante peculiar. Ela ponderou que, como Julianne e Kendall estavam posicionadas de cabeça para baixo no útero, isso sinalizava que deveriam permanecer juntas. Assim, as irmãs foram adotadas por um casal que morava a meros 40 minutos de distância da casa da família.
![Trigêmeas se encontram após separação na adoção](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/hoje-com-32-anos-as-trigemeas-sao-melhores-amigas.webp)
Enquanto Julianne e Kendall desconheciam a existência de uma irmã até os 8 anos, Rikki cresceu ciente de ser uma das trigêmeas. “Quando tínhamos cerca de 8 anos, fomos fazer compras perto de onde eles moravam”, recordou a jovem. “Uma garotinha veio até mim e pensou que eu era Julianne – era uma das minhas irmãs”.
A partir desse momento, as irmãs iniciaram uma comunicação por cartas. Contudo, quando o pai de Rikki faleceu, a família optou por se mudar para ficar mais próxima dos avós. Antes da mudança, Rikki pediu à mãe para poder sair com Julianne e Kendall durante o dia. As meninas combinaram de se encontrar no shopping. “Eu estava muito nervosa para conhecer Rikki porque é uma situação única”, lembrou Kendall. “Mas quando nos vimos no shopping, corremos e nos abraçamos e foi como se nos conhecêssemos desde sempre. Nós caminhávamos como se fôssemos melhores amigas e parecia uma adição nova, ótima e emocionante para nossas vidas e família”, acrescentou. “Eu criei tanta ansiedade sobre a reunião sem motivo – ela se sentiu em casa”, mencionou Julianne. Esse foi um momento significativo também para Kathleen, que pôde reencontrar as filhas. “Minha mãe sempre sofreu com muita culpa e vergonha pelo que fez”, contou Rikki.
![Trigêmeas se encontram após separação na adoção](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/kathleen-com-kendall-e-rikk.webp)
No entanto, as surpresas na família não cessaram por aí. Após o falecimento do pai de Rikki, a jovem descobriu que ela e suas irmãs foram concebidas através de um doador de esperma. Kathleen passou pelo procedimento de inseminação intrauterina – em que o esperma é inserido diretamente no útero – porque o marido já havia realizado uma vasectomia. Enquanto estava vivo, o pai suplicou para que esse segredo não fosse revelado, pois desejava que a filha o enxergasse como seu pai biológico. “Fiquei chateada quando minha mãe me contou e fui para o meu quarto processar, mas não fez diferença para mim – meu pai era meu pai”, ressaltou Rikki.
Aos completar 26 anos, a jovem optou por procurar seu pai biológico usando testes de ancestralidade. Com sucesso, ela localizou uma tia e, através dela, descobriu a identidade do pai biológico, que preferiu não ser revelada. “Enviei um e-mail para meu pai me apresentando e ele respondeu de forma muito gentil e explicando quem ele era. Ele ficou surpreso ao ouvir de mim, mas feliz em conversar. Deixei claro que não estava procurando nada dele”, enfatizou Rikki.
Após entrar em contato com sua família biológica paterna em dezembro de 2022, Rikki e sua irmã Julianne se reuniram com o pai biológico em abril deste ano. No entanto, Kendall expressou que ainda não se sente pronta para conhecê-lo. “Não foi fácil, mas ao se encontrarem, ficou mais claro que você escolhe sua família e seus pais são as pessoas que criam você”, enfatizou Rikki. “Também acho muito emocionante como minha mãe foi capaz de abençoar duas pessoas que estavam tentando ter um filho há sete anos”, acrescentou a jovem.