Tu sabes que sempre fui um buscador de sonhos…
Amo-te. Amo-te ainda mais a cada dia. Amo-te sem saber bem até onde este amor nos vai levar.
Tu sabes que sempre fui um aventureiro, uma buscador de sonhos, um calcorreador de jornadas, um saltador de limites, um viajante sem destino, um libertino cheio de causas, alguém que de cada vez ousou fazer aquilo que provavelmente nunca acreditaste que fizesse.
Viste-me crescer, fugir das responsabilidades, mentir por medo, encantar sem regras, e certamente não davas grande coisa por mim. Talvez achasses que me ia ficar por aí ou menos.
Acredita que te entendo, se bem que no fundo eu sempre achasse que era diferente de todos e qualquer um, nem melhor nem tampouco pior, mas apenas diferente. Lembro-me da primeira vez que senti o teu amor por mim, quando um dia quiseste que te ouvisse. Estranhei a serenidade e firmeza da tua voz, a forma como me disseste que tudo poderia ser diferente se me escutasse mais a mim mesmo e seguisse aquilo que o meu coração pedia.
Recordo-me que fiquei em silêncio a ouvir-te, maravilhado com a tua eloquência, e de como sorri diante do desafio que me estavas a colocar.
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Aceitei-o, como aceito tudo aquilo que me surpreende e apaixona, e comecei a responder às tuas perguntas com respostas minhas, sem querer agradar ou enganar-te, nem sequer pôr em causa tudo aquilo que me dizias.
A um dado momento, percebi que tinha encontrado um caminho distinto, uma linguagem que reconhecia como minha sem nunca o ter sido, uma passagem invulgar para um mundo que desconhecia por completo onde só se pode dar aos outros aquilo que se é.
Nesse dia, agarrei tudo isso que me estavas a dar e não mais o larguei. Nesse dia, comecei a amar-te, vida, não como se ama alguém, mas como não se ama ninguém.
Nesse dia, percebi que sou e serei sempre um reflexo daquilo que amo.
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