Os gêmeos toparam participar da experiência científica para comprovar como hábitos alimentares afetam o corpo.
Os gêmeos Hugo e Ross Turner toparam participar da pesquisa para saber qual dieta é mais saudável, a vegana ou a com base em carne. Durante 12 semanas, um aderiu ao veganismo e outro a dieta com carne.
A dupla de irmãos britânicos, Hugo e Ross Turner, já tem histórico de colaborar com estudos científicos no Departamento de Pesquisas sobre Gêmeos da King’s College London, no Reino Unido. Dessa vez, eles ajudaram os especialistas para saber qual dieta é mais saudável, a vegana ou a com base em carne, iniciando um novo estudo.
Com duração de 12 semanas, Hugo aderiu ao veganismo, parando de comer carne e laticínios, enquanto Ross manteve uma dieta considerada normal, na qual ele deveria consumir carne, laticínios e peixes. Todos os dias os irmãos se alimentaram com a mesma quantidade de calorias e mantinham a mesma rotina de exercícios físicos.
De acordo com BBC, os irmãos Turner são atletas de esportes de aventura há 10 anos. Segundo Hugo, uma grande parte do trabalho dos irmãos é preparar o corpo. Por serem gêmeos idênticos, eles podem aderir estratégias e regimes diferentes para verificar qual funciona melhor em seus organismos.
Em entrevista ao jornal britânico BBC, o responsável pelo experimento, o epidemiologista Tim Spector, esclarece que, para que a pesquisa desse certo, era necessário irmãos gêmeos idênticos, que são considerados clones genéticos, para que assim, os testes apontassem como diferentes dietas combinadas com exercícios físicos podem afetar o organismo humano.
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Nas primeiras semanas do teste, Hugo, que aderiu ao veganismo, sentiu muita vontade de comer carne, laticínios e queijo. Vale ressaltar que queijo é um dos alimentos prediletos do rapaz. Com a dieta, ele só pode comer frutas e nozes, além de produtos alimentícios que não continham laticínios, dessa forma, ele estava comendo alimentos mais saudáveis que contribuíram para seus manter os níveis de açúcar estáveis. Ainda segundo o homem, a mudança drástica de dieta foi difícil para ele, mas admite que se sentiu com mais energia e disposição.
Já Ross, que manteve uma dieta digamos “normal”, reparou que seu desempenho na academia oscilou. Na sua avaliação, havia dias que ele tinha mais disposição e sentia com mais energia, enquanto em outros batia uma letargia, ou seja, um estado em que a pessoa se sente cansada e com pouca energia.
Seu irmão Hugo, entretanto, não enfrentou essas oscilações de energia, mas percebeu que teve queda de diversidades de bactérias em seu intestino, enquanto a de Ross permaneceram normais. Falando em Ross, ele notou o quanto de alimentos processados estava comendo comparando a alimentação mais restrita e mais saudável de seu irmão.
Ao todo, a pesquisa teve duração de 12 semanas, e os resultados dos irmãos Turner tiveram poucas diferenciações, mas significativas. Os níveis de colesterol de Hugo caíram, teve perda de peso e sua resistência ao diabetes tipo 2 aumentou. A dieta elevou os níveis de açúcar no sangue e fizeram com que suas reservas de energia fossem mais estáveis, enquanto a dieta carnívora de Ross resultou em alterações em suas reservas de energia.
Em destaque na pesquisa, os cientistas verificaram que a diversidade de bactérias intestinais de Hugo diminuíram drasticamente com a dieta vegana e a de Ross permaneceu estável. Isso poderia resultar teoricamente, que Hugo estaria mais suscetível a contrair mais doenças do que Ross.
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Segundo o especialista Spector, a pesquisa mostrou que existe um elemento que escapa dos preceitos genéticos, a flora intestinal, que varia de cada indivíduos até mesmo em gêmeos idênticos. A flora intestinal, ou microbiota intestinal, é um conjunto de bactérias e outros micro-organismos que habitam dentro do sistema e segundo o professor, essas bactérias são responsáveis por mantêm o nosso corpo em forma.
Ainda que sejam gêmeos idênticos, Spectro descobriu que a maioria dos gêmeos idênticos compartilham apenas entre 25% e 30% de seus micróbios entre si. Dessa forma, os metabolismos são diferentes e reagem aos alimentos de maneira diferente.
O cientista concluiu que uma dieta vegana não é necessariamente mais saudável, pois depende da qualidade da comida e não se trata somente de comer ou não as proteínas derivadas de carne. O resultado final da pesquisa mostrou que ao aderir uma dieta mais saudável que mantenha a microbita intestinal em dia pode sim diminuir o cansaço, a fome e ajudar na perda de peso corporal.