A ideia surgiu depois que Bruna aprendeu umas dicas com um digital influencer de como evoluir com as vendas no sinal.
Com o surgimento da “psicologia positiva”, muitos profissionais das mais diversas áreas passaram a apostar na ideia de que a felicidade é o maior objetivo das pessoas, e que é preciso apenas esforço próprio para conquistá-la. Nos últimos anos, a felicidade passou a ser encarada como uma atitude que qualquer um pode alcançar com a força de vontade, e que é apenas ela que faz com que nossa vida valha à pena.
Junto com a “psicologia positiva”, inúmeros profissionais que se intitulam “psi” acabaram ganhando popularidade, como os coaches, por exemplo. Nessa árdua busca pela felicidade, em conjunção com a rápida disseminação de conteúdos com a internet, temos visto surgir uma quantidade enorme de conteúdos sobre como encontrar a felicidade, como treinar seu cérebro e seu corpo para alcançar esse propósito, como se tornar um funcionário mais feliz e produtivo, entre outros.
Em plataformas e aplicativos, poucos cliques são suficientes para encontrar aulas e passo-a-passo de qualquer aprendizado na área que desejar. Técnicas infalíveis de como alcançar o sucesso, achar a tão sonhada felicidade e, de quebra, ganhar dinheiro com isso – até porque, em teoria, basta apenas querer para conseguir. Para Bruna Correia, foi justamente esse desejo de sobreviver que a levou a abusar da criatividade.
O caso aconteceu em Guarujá, no litoral de São Paulo, onde Bruna é conhecida por vender paçocas no semáforo e fazer a alegria de quem passa pelo local. Seu diferencial está na mensagem que deseja passar, em uma placa, os dizeres: “Paçoca R$ 5, se você sorrir, eu faço por R$ 1.” Com apenas uma semana aplicando a técnica, ela explica em entrevista ao G1 que começou a vender uma caixa inteira do doce em apenas uma hora.
A vendedora de 32 anos precisou se reinventar, quando viu a pandemia modificar todas as relações que conhecia. Em pouco tempo, foi demitida da cafeteria onde trabalhava, e como não conseguiu emprego, precisou começar a vender doces no sinal, tudo para pagar as contas. No ano passado, ela conseguiu um emprego para cuidar de idosos, mas foi novamente demitida no mês passado.
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Tentando melhorar as vendas dos doces, ela passou a acompanhar páginas que ensinam como potencializar o atendimento nos semáforos, e conta que uma dessas páginas é de Rick Chesther da Silva, um influenciador que vendia água nas ruas. Com uma rede social voltada a ajudar os ambulantes, Bruna explica que ele ensina como exercitar a criatividade no trabalho, e ela acabou se inspirando em outro vendedor, criando a placa há pouco mais de uma semana.
Antes da estratégia, Bruna levava até cerca de três horas para vender todas as paçocas de uma caixa, mas hoje precisa de apenas uma hora para vender as mesmas cem unidades. A felicidade em poder apostar em um negócio “digno e honesto” faz com que tenha pretensão de evoluir, sonhando em um dia abrir o próprio negócio.
A autônoma faz sucesso na rua que escolheu realizar as vendas todos os dias, e a maioria dos clientes fica realmente feliz quando se depara com a mensagem do sorriso. Depois que o sorriso se apresenta, fica praticamente impossível não querer comprar uma paçoca, e foi justamente isso que fez com que as vendas aumentassem muito.
Mas não são apenas os itens que passaram a ser vendidos com mais rapidez, Bruna explica que os clientes também têm aumentado, sempre afirmando que a frase foi capaz de mudar o dia deles completamente. Ela encerra explicando que a estratégia não foi criada apenas para vender mais produtos, e sim porque é o sorriso das pessoas que lhe dá forças para continuar todos os dias.
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