Wilma Petrillo, viúva de Gal Costa (1945-2022), é acusada por amigos, familiares e ex-funcionários da cantora de supostamente aplicar golpes, hostilizar vítimas e endividar Gal desde que assumiu o posto de empresária de sua carreira. Um dos desentendimentos foi exposto após a morte da artista, quando Wilma a enterrou em um cemitério longe da família da companheira.
Em uma reportagem da revista Piauí publicada nesta quinta-feira (6), 13 pessoas foram ouvidas. Os entrevistados disseram que Wilma foi a responsável por proibir o ícone da MPB de se apresentar em locais renomados e de supostamente aplicar golpes milionários. Segundo as testemunhas, a empresária possui dívidas exorbitantes até no exterior devido à falta de pagamento de impostos.
Gal e Wilma se conheceram nos anos 1990 em um voo para Nova York. Posteriormente, tornaram-se amigas e passaram a viver juntas discretamente. O médico Bruno Prado, que as conheceu nessa época, foi um dos afetados financeira e psicologicamente pela viúva. Ele alegou que Wilma pediu R$ 15 mil emprestados para uma cirurgia e só o pagou após muitas ameaças.
Prado, que é gay e naquela época tinha receio de revelar sua orientação sexual à família, teria sido alvo de hostilidade por parte de Wilma ao cobrar seu dinheiro. Alegadamente, ela teria ameaçado revelar seu “segredo” caso ele persistisse. O médico ficou apreensivo e decidiu se mudar para os Estados Unidos, onde enfrentou mais ameaças de morte.
Bastidores e abusos
O produtor Ricardo Frugoli relatou que Wilma causou a perda de shows de Gal na América do Norte e na Europa ao “esconder” os convites da artista. Nos bastidores das apresentações da cantora, também seriam frequentes casos de furto de pertences dos funcionários, discussões, humilhações, bullying e assédio moral supostamente realizados por Wilma.
“Durante muito tempo, fui o cara que não deixou a bomba explodir. Continuar ali era importante para proteger a Gal do que vinha acontecendo na carreira e dentro de casa”, revelou Frugoli. Ele registrou um boletim de ocorrência contra Wilma e acabou sendo demitido quatro dias depois.
Outro produtor, Rodrigo Bruggermann, também enfrentou dificuldades com Wilma Petrillo e sofreu um prejuízo de mais de R$ 1 milhão após a empresária assinar um contrato no valor de R$ 700 mil e não cumprir com o acordado, além de reter R$ 560 mil dos ganhos. “Além de ser grosseira, ela fazia mudanças de última hora e aplicava taxas surpresa. Wilma sempre dizia que a agenda da Gal estava apertada”, acusou Bruggermann.
Wilma prejudicou a carreira de Gal?
Segundo a matéria da Piauí, Gal Costa possuía propriedades como parte de seus bens. Ela possuía um apartamento avaliado em R$ 5 milhões nos Jardins, em São Paulo; quatro salas comerciais no Leblon, no Rio de Janeiro, e dois imóveis em São Conrado. Guto Burgos, irmão de Gal, revelou que outras quatro salas comerciais e uma fazenda, todas no Rio, foram vendidas para quitar dívidas.
“Também tinha imóveis em Salvador, Trancoso e Nova York. Como dói saber que ela morreu sem nada disso. Parece que todo o trabalho dela foi em vão”, lamentou o familiar. “Eu não quero mais falar disso. É um assunto que me dói muito”, desabafou.
A Piauí tentou entrar em contato com Wilma Petrillo para que ela pudesse apresentar sua versão em relação às acusações feitas pelos outros entrevistados, mas a empresária não atendeu às ligações e até bloqueou a repórter no WhatsApp. O advogado de Wilma afirmou que “tomaria as medidas judiciais cabíveis” caso a matéria fosse publicada.