Tem um espaço aqui na cama bem ao meu lado. O travesseiro que abraço exala uma pequena fragrância com o cheiro do seu cabelo pós banho.
Se eu fechar os olhos, consigo imaginar seus lábios tocando suavemente meu ombro nu, seguido com um sorriso sapeca achando graça de qualquer piada solta no calor do momento. Consigo sentir sua mão colada na minha enquanto seu rosto repousa sobre o meu corpo. Você se diz frio, mas é tão quente.
Você permanece seus olhos nos meus e observo no fundo da pontinha preta o quanto eles sorriem para mim. Você se diz frio, mas é tão quente. Um calor mais forte do que o sol.
Cochilando, sinto que me observa e sempre torço para você estar dormindo quando abro os olhos, só para observá-lo na serenidade da noite, no escuro onde só é possível enxergar deixando-os bem pequenos quase fechados. Quem consegue dormir com um vigia à espreita? Trocam-se os papéis.
Pode admirar, mexer o corpo inúmeras vezes que quiser e até suspirar alto, mas permanecerei desta forma, quieta e sob a sua guarda. Não há paz que se iguale quando estou ao seu lado. Por falar nisso, vem me ver hoje à noite? Estou com frio.
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Vem de mansinho como alguém que não quer nada. Repouse ao meu lado. Esqueça do mundo lá fora, das tempestades que ainda virão e o sol que não surgirá no início do dia por conta das nuvens que insistem em permanecer no céu.
Aconchegue-se ao meu lado, bem colado e cole seu coração ao meu. Não me prometa nada que eu não farei promessas em vão.
Vamos gargalhar das peripécias da vida e do trabalho. Sem seriedade neste momento. Viva. Respire e curta um pouco a ousadia. Deixe escapar a criança livre. Seja você que prometo que serei eu. Somente eu, verdadeiramente eu. Deixe ser o calor mais quente que minhas mãos já tocaram.
Só vem ou eu vou…
Eu vou à procura da sua risada incessante, dos trocadilhos constantes e das cantadas baratas ditas dentro da banheira. Mas eu vou.