Quando somos muito jovens, acreditamos que os nossos sonhos e motivações giram em torno desse tempo que nos julgamos “novos”, e temos pressa em ser felizes e sentir emoções, por achar que essas experiências são um privilégio exclusivo da juventude.
Maduros, percebemos que não existe idade ou prazo para desfrutar a felicidade. Mas quando ela chega às últimas décadas da vida, vem com sabor de sabedoria, tem gosto de “melhor pedaço”- aquele que a gente deixa para o fim.
No tempo dos nossos avós, as pessoas envelheciam muito cedo, assumindo um estilo de vida característico dessa “velhice” prematura, manifestada no comportamento, na imagem pessoal e na falta de razões para sonhar.
Precocemente, essa geração estava fadada ao conformismo e à acomodação, convencida de haver passado “o seu tempo”, mesmo que lhe restassem muitos anos.
Mas o mundo girou e a vida ganhou fôlego. É certo que, hoje, o tempo parece andar a passos mais largos, rápidos e vertiginosos.
Mas ao contrário do que se via antes, esse corpo “velho” não tem mais tanta pressa para pendurar as chuteiras. Ele está se demorando pelas esquinas da vida, saboreando emoções e pouco se importando com a cronologia.
Os ciclos se renovam e as pessoas estão recomeçando aos 40, 50, 60 anos, cheias de vigor e esperança, porque não existe mais tempo para amar, sonhar e ser feliz.
E ainda que o nosso corpo esteja cansado e as marcas do tempo adornem a nossa fisionomia, esse encontro de felicidade com sabedoria é uma experiência que não se compara às emoções de quando éramos meros aprendizes da vida.
Um tempo que a gente não alcançava o valor das coisas que realmente fazem sentido.
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