“Pare de tentar “consertar” a si mesmo; você não está quebrado! Você é perfeitamente imperfeito e poderoso além de medidas.” ~ Steve Maraboli
Você já pensou sobre porque não consegue seguir em frente? Você já se perguntou por que sabota a si mesmo? Você já questionou porque se sente tão ansioso, deprimido e autocrítico?
Dentro de cada um de nós há uma criança interior que já foi ferida.
Para evitar a dor, nós tentamos ignorar essa criança, mas ela nunca vai embora. Nossa criança interior vive em nossa mente inconsciente e influencia como fazemos escolhas, respondemos a desafios e vivemos nossas vidas.
Minha mãe me deixou quando eu tinha seis anos. Não a vi mais até aos catorze anos.
Eu não me lembro de ter sentido a sua falta. Eu disse a mim mesmo que sua partida era uma coisa boa, porque ninguém mais me batia.
- Pessoas inspiradoras: Garoto de 11 anos aprovado na universidade compartilha sua jornada de aprendizado do inglês
Mas agora eu tinha que provar a mim mesmo para deixar meu pai orgulhoso. Ele era tudo que eu tinha.
Então, eu era uma das crianças populares na escola. Tirava boas notas. Fui a universidade e me contrataram em um programa de pós-graduação de um grande banco antes mesmo de me formar.
Eu trabalhei durante anos na indústria de finanças, escrevendo ofertas de empréstimos corporativos, conhecendo clientes e vendendo ferramentas de negociação de derivativos. Mas, eu vi de primeira mão e de perto como isso estava destruindo a riqueza e as vidas das pessoas.
Isso não se alinhava a meus valores. Eu me senti como uma zumbi, vivendo como uma fraude.
Mas, o que mais eu poderia fazer?
Eu sempre acreditei que entrar no mercado de finanças era o caminho para o sucesso, e a criança ferida dentro de mim estava com medo de fracassar e decepcionar meu pai.
Então, no meu aniversário de vinte e nove anos, eu me deparei com um curso de arte e descobri minha paixão. Mas me livrar das finanças para perseguir a vida de artista não foi fácil para mim.
Meu pai ficou desapontado e irritado, e tentou me fazer mudar de ideia. Agora eu entendo que ele estava com medo por mim. Mas, na época, eu fiquei zangada com ele por não me apoiar, porque no fundo eu tinha medo de que ele não me amasse mais.
Eu soube então, que para ter a coragem e a força para continuar no caminho menos viajado, teria que curar a minha temida e ferida criança interna.
- Comportamento: 7 sinais de que você é uma pessoa boa, mesmo sem perceber
Se você também se sente perdido, solitário, pequeno, e com medo de perder o amor e a aceitação, também pode se beneficiar de curar a criança interior que se sentiu insegura e não boa o suficiente.
Dizer estas 7 coisas para si mesmo é um bom começo:
1.Eu te amo
Quando crianças, muitos de nós acreditávamos que precisávamos cumprir metas – tirar boas notas, seguir os passos de nossos irmãos mais velhos – para sermos amados.
Podemos não ter pais que nos dizem que merecemos amor sempre. Alguns de nós podem ter tido pais que consideravam mostrar amor e ternura um sinal de fraqueza. Mas podemos dizer que somos dignos de amor agora.
Diga isso sempre que você se ver no espelho. Diga isso em qualquer momento aleatório. O amor é a chave para a cura, então dê-o para si mesmo.
2.Eu ouço você
Muitas vezes, quando nos sentimos magoados, afastamos nossos sentimentos e tentamos agir com força. Para muitos de nós, isso decorre da infância, quando frequentemente ouvimos “Pare de chorar ou eu vou dar-lhe um bom motivo para chorar”.
Mas esses sentimentos não desaparecem. Eles crescem dentro de nós, afetando as escolhas que fazemos como adultos até que façamos um esforço consciente para ouvi-los.
Eu nunca reconheci que me senti abandonada quando minha mãe partiu, mas eu me senti, e carreguei isso em meus relacionamentos adultos. Para me curar, eu tinha que reconhecer como sua partida me afetou. Eu tive que dar uma voz para toda a dor que senti naquela época.
Em vez de suprimir a voz de sua criança interior, diga: “Eu ouço você. Vamos trabalhar nisso. Vai ficar tudo bem.
3.Você não merece isso
Quando crianças, muitos de nós assumimos que merecíamos ser abusados, envergonhados ou abandonados. Dissemos a nós mesmos que éramos crianças más, que fizemos algo errado.
Mas isso simplesmente não é verdade. Em muitos casos, as pessoas que nos feriram simplesmente não sabiam agir de outra maneira. Talvez minha mãe tenha sido espancada quando era criança, então era a única maneira que ela sabia de cuidar de sua filha.
Uma criança é inocente e pura. Uma criança não merece ser abusada, envergonhada ou abandonada. Não é culpa da criança, e embora possamos não ter tido a capacidade de entender isso, agora, como adultos, entendemos.
4.Desculpe
Eu sempre pensei em ir devagar como um sinal de fraqueza.
Não muito tempo atrás, estava constantemente estressada por não fazer o suficiente. Eu não podia aproveitar o tempo com meus filhos porque estava sempre pensando sobre o trabalho.
Um dia, me ocorreu que desde criança eu me pressionava demais. Eu me criticava só pelo pensamento de descansar. Então, eu disse a minha criança interior que sentia muito.
Ela não merecia ser tão cobrada, e eu também não mereço isso agora, como uma adulta.
Desde então, permiti a mim mesma muito mais tempo de inatividade, e como resultado, meus relacionamentos com meus entes queridos melhoraram.
5.Eu te perdoo
Uma das maneiras mais rápidas de nos destruir é guardar vergonha e arrependimento.
Na primeira noite que minha mãe voltou para casa, quando eu tinha quatorze anos, ela pediu para dormir comigo. Só tínhamos duas camas naquela época, uma para mim e outra para meu pai. Eu não conseguia adormecer, continuava me mexendo. Então, de repente, minha mãe deixou escapar: – Pare de se mexer, sua idiota!
No dia seguinte, eu coloquei um bilhete em minha porta que dizia “Entrada não autorizada”, para impedi-la de entrar. Minha mãe partiu novamente. Então, alguns dias depois, meu pai me disse que eles estavam se divorciando (depois de estarem separados por oito anos).
Eu pensei que era minha culpa. Por que eu tive que me mexer tanto e tão infantilmente colocar aquele bilhete em minha porta?
Mas agora eu sei que o divórcio deles não foi minha culpa. E eu me perdoo por qualquer coisa que poderia ter feito melhor. Eu era apenas uma criança, e como todo mundo, eu era e sou humana e imperfeita.
6.Obrigado(a)
Agradeça a sua criança interior por nunca desistir, por passar os momentos difíceis da vida junto com você com força e perseverança. Agradeça a sua criança interior por tentar protegê-la, mesmo que tenha sido guardando memórias dolorosas. Sua criança interior não merece seu julgamento. Ele merece sua gratidão e respeito.
7.Você fez o seu melhor
Quando criança, eu sempre tentei superar, encontrar o padrão de outra pessoa, ser “perfeita”. Eu era sempre exigente e cruel comigo mesma, e não importa o quão bem eu fazia algo, eu nunca me sentia boa o suficiente. Mas eu fiz o melhor que pude na época, e você também. Ainda estamos fazendo o melhor que podemos e merecemos crédito por isso. Quando deixamos ir à perfeição, o medo do fracasso recua. Então, podemos nos permitir experimentar e ver como as coisas se desenrolam.
Eu comecei a dizer essas coisas para minha criança interior quando estava se recuperando de depressão. Essas coisas me ajudaram a experimentar mais amor, alegria e paz. Elas me ajudaram a tornar-me mais confiante e compassiva.
Qual é a coisa que você mais quer dizer a sua criança interior hoje?
____
Traduzido pela equipe de O Segredo – Fonte: Tiny Buddha