Apreciar a arte de uma boa educação e sua prática, acredito não ser algo classificado como indesejável por alguém, mas, por vezes, nos deparamos com a sinceridade desconfortante que julga nossas aparências, ações e opiniões.
Será que o sincero cede sua beleza para a grosseria toda vez que encontra em nós o oposto ao que a sinceridade propõe? Será que a sinceridade pode ser um agente agressor, mesmo convivendo numa sociedade altamente corrupta não só financeiramente, mas também moralmente?
O belo me encanta, mas o sincero, esse me fascina!
Afirmações sinceras sobre uma opinião como “Sim eu prefiro mulheres de cabelo comprido a mulheres com cabelos curtos como o seu”, ou “Minha culinária favorita é a italiana, mesmo morando no nordeste brasileiro” definem que, quando a opinião do outro foi dada a quem possui características ou predileções diferentes das nossas, podem caracterizar a sinceridade como algo desconfortante? Ruim? Agressor?
Entendo ser necessário aprender a conviver com as opiniões diversas e é absolutamente aceitável, além de muito construtivo ouvir as diferentes opiniões acerca do mesmo assunto.
É preciso estar aberto ao nosso adorável mundo novo e diverso, para que ele possa proporcionar aos seus pequenos habitantes, o local ideal de se estar, ou, mais importante do que isso, de ser o lugar de onde se queira estar/fazer parte!
Para isso convido-o a refletir alguns pontos relacionados ao que chamo de “A beleza do sincero”!
Minha introspecção sempre me rendeu mais ações observatórios (como de espectadora), do que ações executadas/realizadas de fato, e essa característica sempre me rendeu a experiência de aumentar o valor de uma realidade ruim, mais do que ela, de fato, me proporcionava. Isso, principalmente por permitir que determinados fatos e comportamentos que não mereciam tanta relevância, ocupassem tanto dispêndio de alegria e energia, culminando em anos de desperdícios emocionais, depositados em frustrações nos mais diversos âmbitos, que não agregaram absolutamente nada ao longo do tempo.
Nem mesmo como experiência, as frustrações atingem algum objetivo positivo, se considerarmos a proporção negativa que se “dá” a essa versus o retorno da experiência, que poderia ser vivida com menor sofrimento.
Com isso percebemos que deixamos de lado, uma coleção de pequenos “grandes bons momentos” de alegria e êxtase, por cultivar e reservar o espaço para chateações corriqueiras, e o que é pior, desnecessariamente.
Uma palavra mal lançada pelo companheiro ou aquela crítica “construtiva” do chefe, já me fizeram amargar tantos pesares e desperdício de tempo, que hoje me fazem acordar e simplesmente admirar as situações sinceras que me elevam a um estado mais nobre do que o atual, com uma simples mudança de pensamento e comportamento frente às críticas ou elogios sofridos ao longo da vida.
O exercício simples de recepcionar e direcionar cada ação externa do meu próximo para o seu lado correspondente, permite ao receptor uma melhor e mais rápida aceitação da ação do outro, aumentando nossa interação com as pessoas que nos rodeiam e com aquelas que, de alguma forma, são impactadas umas pelas outras ao longo da vida.
Impossível admitir que se é feliz sem observar que o meu próximo também pode ser, porque essa magia do calor humano, do conhecer e interagir com o outro, para muitos é o sentido que os faz acordar mais um dia. Um simples “bom dia” pode trazer incontável alcance benéfico para quem o recebe e, ouso dizer que, principalmente ao que dá. A gratidão torna-se a arma bem-sucedida para o que chamamos de “uma vida mais feliz”!
Aprendi que a beleza é mutável e que cedo ou tarde ela se desfaz, e percebi que considerar relevante apenas o que traz algum valor (financeiro, sentimental, espiritual) e, simplesmente, não retendo ou não considerando o que me agride, revela o poder incrível e a beleza do sincero.
Sendo assim, percebo que, sim, o belo me encanta, mas o sincero, esse me fascina!”
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