A cada dia, a cada segundo da sua respiração, há uma nova chance de começar de novo e de fazer um novo fim.
Henriqueta Lisboa já dizia bem, nos principais versos de seu poema “O tempo é um fio”, que “o tempo é um fio bastante frágil. Um fio fino que à toa escapa. Um fio que vale muito. Um fio por entre os dedos. Escapa o fio, perdeu-se o tempo. Lá vai o tempo como um farrapo jogado à toa. Mas ainda é tempo…”.
Sim, ainda é tempo.
Fim de ano, hora de tirar todas as certezas do lugar
Estamos chegando ao fim de um ano que, para muitos de nós, não foi nada fácil. Quantas foram as dores internas e externas com que tivemos de lidar, não é mesmo? Tantas perdas, tantos lutos, tantas mudanças, tanta coisa que a gente simplesmente ainda não consegue entender o porquê de terem acontecido. Mas foram como foram, exatamente da maneira que tinham de ser. É que a vida, acredite, às vezes, tem um jeito meio torto de nos ensinar o que ainda precisa ser aprendido, revirar gavetas, tirar todas as nossas certezas do lugar, jogar fora muitas delas, mudar perspectivas, desafiar-nos até o limite, só para que descubramos que somos capazes de muito mais.
Sim, muitas vezes você só descobre a força que tem naquele momento em que não lhe resta alternativa a não ser enfrentar o que tiver de ser enfrentado.
Naquela hora difícil, em que a vida parece lhe ter dado uma rasteira sem precedentes, derrubado-o com força, tirado o seu chão. Naquela situação inesperada, apesar dos pesares todos, você começa a entender que não tem controle de absolutamente nada externo a você, que existem coisas que independem da sua vontade, que nada adianta se revoltar, gritar e se descabelar por algo cujo poder de mudança não está nas suas mãos. Comodismo? Passividade?
Não. Autoconsciência mesmo. Até aqui, eu consigo, eu faço, eu mudo, eu resolvo, eu ajudo, eu brigo, eu luto.
A partir dessa linha tênue, já não há mais nada que eu possa fazer a não ser a minha parte; o possível e o que diziam ser impossível. Depois disso, já não depende mais de mim. Entende?
É por isso que, mais importante do que o que lhe acontece é como você escolhe reagir a isso, o que não significa ter de negar, esconder ou lutar contra sentimentos não tão bons assim, inerentes a todo processo de amadurecimento e aprendizado, mas sim entendê-los, respeitá-los, refletir sobre eles e, finalmente, deixá-los ir.
É que as nossas emoções, em si, também não podem ser controladas. Eu não posso escolher não sentir raiva, por exemplo, mas posso escolher a minha resposta emocional ao sentimento de raiva. Entende? Se ela fica, ela me domina e ganha o jogo ou se ela me ensina o que tiver de ensinar e vai embora.
Mas, e aí, como fazer isso? Acessar emoções positivas é o primeiro passo, assim como buscar conexão com o positivo em todos os sentidos: nas conversas que você tem, nas pessoas com quem você convive e se relaciona, nos livros que lê, nas notícias que acompanha, nos sites que você acessa, nas músicas que escuta, nas filmes e programas a que assiste, em tudo, afinal.
Contagie o mundo com a sua positividade!
Se é possível nos contaminarmos com tudo o que de negativo acontece no mundo, o que, inevitavelmente, puxará a nossa energia para baixo, também é possível praticar o contágio positivo, emanando energias mais alinhadas com as leis de amor, gratidão, confiança, sabedoria, abundância e inspiração do Universo.
Se 2019 está sendo do jeito que é, o que ainda não aprendemos que precisamos aprender? O que ainda necessitamos trabalhar em nós? Será que realmente ainda temos fé em nós mesmos, nas pessoas, na vida? O que nos cabe fazer para promover mudanças positivas ao nosso redor? Como podemos ser a mudança que queremos ver no mundo?
Como Freud bem indagou: qual é a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa? Sim, às vezes, a sensação é a de que está tudo uma droga mesmo, de que não tem mais jeito. Só que tem.
A cada dia, a cada segundo da sua respiração, há uma nova chance de começar de novo e de fazer um novo fim.
Pegue a parte que lhe cabe para transformá-lo num ano melhor e se jogue nessa tarefa, porque, olhe, está aí uma coisa que ninguém no mundo pode fazer por você: a sua parte.
Direitos autorais da imagem de capa: Renato Abati/Pexels.