Quando uma mulher diz ‘precisamos conversar’, os homens imediatamente começam a pensar, ‘oh, Deus, o que foi que eu fiz agora?’
Barton Goldsmith, Ph.d., Emotional Fitness for Couples (“Malhação emocional para casais), citado no livro “Projeto Felizes para Sempre” de Alisa Bowman, cuja resenha estará aqui no blog amanhã.
Deu ruim? Não importa se é no primeiro mês por causa da prima da amiga da irmã dele que você não vai com a cara. Ou no segundo ano por causa da escolha de um lugar para viajar. Ou no décimo ano, porque vocês estão cansados demais tentando fazer o filho parar de chorar. Ou na terceira década, porque vocês não chegam a um consenso por causa do canal de tevê que querem ver.
O importante é não chutar o balde e desistir do relacionamento sem antes tentar tudo o que puder para conseguir mantê-lo ou salvá-lo – dependendo da gravidade.
Nesse momento você deve estar pensando que eu sou otimista demais, por achar que qualquer crise tem solução. Não é bem por aí…
Alguns casos realmente podem não se resolver, mas a gente também não pode jogar a toalha na primeira crise. Olha, sério, aquele infeliz que inventou o príncipe encantado e nos fez acreditar por quase 20 anos – ou mais! – que encontraríamos o cara perfeito vindo num Z4 branco (Ok, dei uma modernizada, porque esse cavalo tá meio fora de moda, né?) não sabia o problema que iria nos causar! Isso porque até as mulheres mais independentes, mais seguras de si, mais lindas esperam, sim, o seu príncipe – mesmo que não admitam ou que nem mesmo tenham se dado conta.
O fato é que, desde sempre, a gente é condicionada a acreditar que vai – necessariamente – ter um príncipe perfeito e encantado para cada uma de nós.
Ou seja, que seremos contempladas com um cara que saiba lavar, passar, cozinhar; que seja inteligente, educado, bom de data, bom de cama; que vai querer casar, ter dois filhos e que todos os dias quando chegar do trabalho vai te dar um beijinho – mesmo após 30 anos de casado. Aí, se o cara não tem qualquer um desses atributos, já seria um motivo suficiente para “a fila andar” e ir em busca do príncipe mais-que-perfeito.
Nessa ilusão do par-perfeitamente-perfeito, a gente dispensa um, dois, três, quatro… pretendentes. Lá pro décimo, quando percebemos que ainda estamos sozinhas, é que começamos a desconfiar que o tal do príncipe pode ser uma propaganda enganosa – enganosíssima! Afinal, um homem que seja qualidade pura, se existir, não pode ser um mero mortal!
Talvez o príncipe seja alguém não tão perfeito assim, mas que possa ser um companheiro e tanto! Por isso, investir na relação buscando melhorar o que não está perfeito pode, antes de parecer loucura, ser o segredo de um relacionamento mais sólido. É preciso conversa. E conversa. E conversa.
Crise não é sinônimo do fim de um relacionamento, mas sinônimo de que você tem um relacionamento. Que você convive com uma pessoa que não é você. E se volta e meia entramos em conflito com nós mesmos, imagina se não entraríamos com alguém diferente? Para superar a crise é preciso identificar o problema, sinalizar ao outro (falar mesmo!), chegar a uma solução conjunta, ver a predisposição de ambos para resolver o problema e ser paciente para fazer os ajustes necessários.
Descartar, por incrível que pareça, é sempre a opção mais fácil. Difícil é investir num amor ainda que imperfeito, com a dedicação necessária, para lapidá-lo e torná-lo não perfeito, mas o seu melhor projeto.
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Via Blog: Priscila Roma