A advogada Edith Christina Medeiros Freire, anteriormente detida por sua participação nos atos golpistas de 8 de Janeiro, cortou sua tornozeleira eletrônica e está desaparecida desde 30 de agosto do último ano. A Vara de Execuções Penais de João Pessoa (PB) informou ao STF sobre a fuga da advogada.
Relatório sobre os réus do 8 de Janeiro
No último dia 10 de abril, a justiça estadual enviou um relatório ao STF detalhando a situação dos réus que residem na capital paraibana e estão sujeitos a medidas cautelares. Além de Edith, outros três réus da mesma região também estão foragidos. Três desses foragidos têm mandados de prisão vigentes, emitidos pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Mandados de prisão em aberto
O mandado de prisão contra a advogada foi emitido em agosto do ano passado. Existe também um mandado para o blogueiro Marinaldo Adriano Silva Lima, expedido em fevereiro deste ano. Ambos estavam em liberdade provisória por decisão de Moraes até o momento em que violaram as condições ao danificar suas tornozeleiras eletrônicas.
É comum que a Justiça local notifique o gabinete de Moraes sobre essas violações, já que ele é responsável pelos processos relacionados aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro. A prática de enviar relatórios sobre réus que estão sob medidas cautelares se repete em várias partes do país.
Detalhes adicionais sobre Edith e Marinaldo
Edith foi alvo da 20ª fase da Operação Lesa Pátria em novembro de 2023. Após ser liberada, ela foi novamente alvo de buscas pela PF naquele ano. Desde março de 2023, ela estava em liberdade provisória e não compareceu à Justiça desde 15 de julho de 2024. Sem justificativas para as ausências, o gabinete de Moraes ordenou sua rearrestação em agosto, e o mandado ainda está pendente.
Marinaldo tentou candidatar-se a vereador no ano anterior, mas retirou sua candidatura. Réu no STF, ele iniciou sua campanha mas desistiu após afirmar que sua imagem havia sido “fragilizada” por sua associação com os atos golpistas. Foi preso após as manifestações em janeiro de 2023 e solto em março do mesmo ano. Sua tornozeleira foi desativada desde 12 de junho de 2024. A Vara de João Pessoa tentou contatá-lo cinco vezes sem sucesso. Sua defesa alegou que ele vivia em condições “extremamente precárias”, trabalhando como catador e fazendo bicos, e pediu a revogação da tornozeleira eletrônica.
Em uma decisão recente, fevereiro deste ano, Moraes decidiu que Marinaldo deveria manter a tornozeleira eletrônica. Na mesma decisão que ordenou a nova prisão do blogueiro, o ministro destacou que ele continuava ativo nas redes sociais, violando outra medida cautelar que proíbe tal atividade.