Lavar o arroz antes de refogá-lo com alho e outros temperos é um hábito no Brasil, e muitas pessoas defendem que é preciso retirar o excesso de amido.
Considerado o maior produtor de arroz fora da Ásia, o Brasil produz anualmente cerca de 15 milhões de toneladas do grão em casca, atendendo a um consumo de mais de 12 milhões. Junto com a Argentina, Paraguai e Uruguai, o país integra o Mercosul, com suprimento médio anual de 20 milhões de toneladas.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, neste ano, a safra de grãos vai ultrapassar 261 milhões de toneladas, dos quais o arroz é responsável por 10,7 milhões. Esse número mostra a drástica redução no total do cereal produzido nos últimos meses. Mesmo assim, a insegurança alimentar grave aumentou no país nos últimos dois anos, saltando de 10,3 milhões de pessoas para 19,1 milhões de pessoas que não têm o que comer.
Além disso, há alguns anos, já tem sido relatado piora na alimentação dos brasileiros, com frequência reduzida no consumo de arroz e feijão. Pensando em formas de se alimentar de maneira saudável, muitas pessoas ainda têm dúvidas quanto a preparar um dos grãos coringas do prato do brasileiro: o arroz.
Em cada casa, uma receita diferente, e em todas o resultado é o mesmo: um arroz branquinho, digno de ser comido com um feijão carioca bem encorpado. Afinal, lavar os grãos do arroz diminui seus nutrientes ou o excesso de amido é o que prejudica a alimentação? Essa é uma dúvida comum a grande parte da população, principalmente quando apenas reproduz hábitos passados por gerações.
Segundo reportagem do UOL, o escorredor de arroz foi inventado, inclusive, por uma brasileira, a dentista Therezinha Beatriz Alves de Andrade Zorowich, em 1959, que queria retirar as impurezas do alimento. Depois de algumas décadas, especialistas e nutricionistas entraram em um consenso, defendendo que não faz sentido lavar o arroz antes de seu cozimento.
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Por que não devemos lavar os grãos de arroz?
Sim, o arroz branco não deve ser lavado, isso porque o grão teve toda a sua proteção retirada, ficando sem sua casca. Totalmente desprotegido, lavar em água corrente ou deixar de molho pode fazer com que ele perca seus nutrientes, como ferro, potássio, magnésio, fósforo e vitaminas do complexo B.
Outro motivo que pode desencorajar é que deixar os grãos de molho facilita faz que ele fique grudado depois de cozido, o famoso arroz “papa”. Mas se você se incomoda com aquele pozinho branco que fica saindo do pacote, saiba que ele só está ali porque os grãos passam por polimento, o que significa que ficam apenas soltando partículas de si mesmos.
Exatamente, aquele pó não é nenhum produto químico ou impureza, e os grãos podem ser considerados higienizados depois do polimento, o que reduz ainda mais o sentido de passá-los por água corrente. Especialistas afirmam que o arroz cru não favorece um clima de proliferação de bactérias, mas caso você sinta receio, a temperatura do cozimento é capaz de eliminar quaisquer possíveis micro-organismos.
Vale lembrar que nenhuma bactéria morre quando jogamos água nos alimentos, é preciso higienizá-los da maneira correta. E se passou pela sua cabeça que a água pode torná-lo menos calórico, pode esquecer. Ele apenas perde nutrientes, o amido mesmo continua intacto, já que faz parte da estrutura do alimento.
Tipos de arroz que podem ser lavados
Se o hábito de lavar os grãos permanecer, tudo bem! Existem alguns tipos que podem sim passar pelo escorredor e até mesmo ficar de molho. Por exemplo, o arroz integral ainda possui uma casca que o protege, o que significa que nenhum nutriente vai fugir de seu interior. O arroz parboilizado também é outro tipo que pode ser lavado, principalmente porque seu processo de parboilização inclui mergulhar os grãos em uma água a 50°C, “prendendo” os nutrientes no grão.
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Caso existam dúvidas sobre os tipos que podem ou não ser lavados, basta apenas atentar nas informações da própria embalagem. Na maioria dos casos, os fabricantes informam se é preciso ou não lavar os grãos. No fim das contas, o que não podemos é parar de comer alimentos saudáveis, permitindo que os grãos figurem no prato de todos os brasileiros, principalmente das vítimas de insegurança alimentar.