“Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro.”
A primeira vez que dei devida atenção ao tema foi em minha formação de coaching quando, em uma das dinâmicas, fizeram-nos refletir sobre a amizade, e a pergunta que me fez desabar, aos prantos, foi: “Você teria seis amigos para carregar a alça do seu caixão?”
Pergunta poderosa, que me levou a pensar sobre minha postura como amigo, sobre quem de fato eram meus amigos, com quem eu estava andando, como eu estava me comportando, quem eu estava atraindo, ou pior, afastando. Perguntas poderosas são como portas que levam a mudanças.
É possível ser amigo e estar presente, mesmo não fisicamente? Penso que, para ser amigo, não seja necessário um convívio diário, lado a lado, pois tenho experimentado situações em que grandes amigos se revelaram mesmo estando em outras cidades, inclusive outros países.
Amigo transcende a geografia, amigo transcende a temporalidade, amigo “é”.
A definição do latim para a palavra companheiro é “aquele com quem divido o pão”. Amigo é mais que companheiro. Aristóteles, filósofo grego, expôs: “Sem amigos, ninguém escolheria viver, mesmo que tivesse todos os outros bens”, enquanto o livro bíblico de Eclesiástico diz: “Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro.”
Qual seria então o papel do amigo? Ouvir, aconselhar, direcionar? Amizade é partilhar sorrisos e lágrimas, é somar experiências, é trocar afetos. Talvez não precisemos ter 5 mil, como nos sugerem as redes sociais, talvez ter cinco já esteja de bom tamanho. Talvez apenas o suficiente para carregar as alças do caixão.
Nessas horas, a qualidade prevalece sobre a quantidade.
Direitos autorais da imagem de capa: Yuri Levin/Unsplash.