Antes de virar poema era dor. Antes de virar arte era sangue.’ Vivemos todos sempre em busca.
Buscamos para encontrar um sentido, buscamos para entender o sentido.
E nessa de me encontrar sempre tive mania de me perder. Me perdi em tantos sorrisos, me perdi em tantos abraços, me perdi sem motivo, para depois me encontrar no sussurro de uma noite fria, uma cama vazia, um dia chuvoso onde o vento ressoa verdades, me abraça forte, e me faz sentir saudades.
Saudades do que foi, saudades do que poderia ter sido, saudades do que nunca será.
A ‘lógica’ da loucura fala comigo em voz alta. Ela sempre diz que eu preciso continuar e que eu posso conquistar tudo aquilo que o meu coração desejar.
Em silêncio tento ouvir meus pensamentos, mas eles não fazem sentido. São vorazes, me acusam, me defendem, são dóceis, gentis, espasmódicos e muitas vezes cruéis. O barulho da minha mente é estrondoso, às vezes assustador, e tentando fugir de mim mesma, eu corro em círculos sem saber para onde ir. Quantos desencontros!
No auge do meu desconforto do meu desconcerto, eu só encontro refúgio entre as vírgulas e os pontos. Escrevo me buscando em cada palavra. Em cada frase feita uma receita sem garantia de sucesso, mas cheias de amor, esperança, sinceridade, luz e gratidão.
As palavras vão surgindo, elas tomam conta de mim, elas tomam forma e vão se movimentando em um balé nada sincronizado. Tento criar e fortalecer uma teoria, uma sensação que eu possa sustentar e que não me faça chorar.
Escrevo, logo existo!
Existo? Ainda não sei, só sei que vivo, persisto e vou além. Além das dores, dissabores e decepções.
Eu continuo perdida, me buscando e repartindo toda emoção sentida e vivida em cada parágrafo, cada ponto de exclamação. Se me encontrar em uma frase, um poema ou uma narração, diga que mandei lembranças e que é de coração.