A frase foi dita pelo padre italiano Gabriele Amorth, reconhecido pelo próprio Vaticano como exorcista.
O exorcismo é um conjunto de práticas realizado para expulsar espíritos malignos de pessoas, lugares e até mesmo objetos. De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o ato reúne rituais, palavras e oráculos para fazer com que deixem de ser possuídos ou atormentados.
O ato divide opiniões até os dias atuais, mas é comum em algumas instituições católicas, sendo necessária uma autorização para que o padre o possa realizar. Alguns padres discordam da abordagem, e defendem, segundo reportagem do G1, que não existe uma definição certa do que seria possessão, o que acaba abrindo margem para inúmeras interpretações.
Um dos exorcistas mais famosos da Igreja Católica, o padre italiano Gabriele Amorth, atuou ativamente desde 1985 e afirmou ter realizado mais de 70 mil exorcismos. Nascido em 1925, em Modena, na Itália, ele se tornou também padre, escritor e jornalista, passando anos escrevendo para a revista Madre de Dio.
Dentre suas frases que mais se destacaram, várias envolviam a questão do pecado e da possessão. Em entrevista a Rita Sberna, ele afirmou que “as maldições mais terríveis são as feitas pelos pais ou parentes próximos”, alertando a população a respeito dos perigos de se confiar demais em alguns indivíduos.
Segundo o padre, existem inúmeras pessoas “ligadas a Satanás”, muitas das quais nem sequer temos noção da sua índole. Quando uma pessoa da família busca alguém que seja capaz de lançar maldições, não se deve em momento algum subestimar o poder dessa intervenção, isso porque, de acordo com Amorth, essas seriam as mais terríveis pragas, mesmo quando são lançadas por terceiros.
Para os que acreditam no catolicismo, Amorth conta que o mais importante para o Diabo é fazer com que o homem peque. Consequentemente, ele envia uma série de tentações ao longo da vida para as pessoas, dessa forma podem escolher – usando do livre-arbítrio – se caem ou não. Mesmo assim, ele conta que uma maldição não tem a capacidade de fazer com que as pessoas sejam vistas como pecadoras, porque nesse momento deixa de depender apenas do indivíduo em si e passa a ser consequência de outra força.
Amorth explica que o Diabo, muitas vezes, envia tentações que não são reconhecidas como tais, fazendo com que as pessoas neguem a presença de Deus ou Seus mandamentos. Mesmo assim, os pecados não têm a capacidade de levar o indivíduo à possessão diabólica, isso porque o levam a um lugar pior: “ao inferno”. Inúmeros mandamentos são quebrados todos dias, ele explicou, e isso mostra como os homens estão caindo nas tentações.
Desde que nasce até o momento em que morre, o ser humano é tentado, inclusive Jesus e Nossa Senhora passaram pelas mesmas questões. Mas quando cai no pecado, o indivíduo deixa de estar com Deus e passa a caminhar lado a lado com Satanás. Ele reforçou que, caso a pessoa morra em estado de pecado grave, pode ir direto ao inferno.
Outro ponto abordado pelo padre italiano foi que Deus não quer que o pecador morra, apenas que ele se converta enquanto estiver vivo na Terra e, para isso, manda diariamente oportunidades para essa conversão. Uma opção seria abraçar a palavra do Senhor, vivendo sem cometer pecados, principalmente os mais graves, e se arrependendo de todos eles.
Padre Gabriele Amorth
O padre italiano entrou para a Sociedade de São Paulo em 1947, foi ordenado sacerdote em 1951 e nomeado exorcista oficial da Diocese de Roma em 1985. Cinco anos depois, ele foi um dos responsáveis pela fundação da Associação Internacional de Exorcistas (AIE), a qual presidiu até o ano em que se aposentou, em 2000.
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Amorth morreu em 2016, aos 91 anos, por complicações pulmonares. Desde que se tornou exorcista, foi reconhecido como uma personalidade do mundo religioso, e em suas entrevistas chegava a garantir que diariamente recebia cerca de 600 pedidos de exorcismo.