Deixe que as palavras tragam colorido à sua vida!
Do papel em branco ao pontilhar das formas, as palavras têm um processo mágico. Constituem-nos e nos destroem, no seu malabarismo de significados e interpretações. Muitas vezes, elas são traiçoeiras e dizem o que não queremos dizer ou ferem, mais que urtiga no pé.
São, outras vezes, fugidias ou esfumaçadas, elas não nos vêm à boca e surgem em uma nebulosa da imaginação, feito os rabos dos jatos no céu.
Outras vezes, no entanto, as palavras são como mel para a nossa saliva, caem muito bem e inflam nossa essência em um cruzar de sensações prazerosas.
As palavras surgem numa confusão de emoções e coerências, perduram entre conexões e dizeres. E querem, numa força criativa, formar frases, parágrafos, bilhetinhos, avisos, esquemas, textos, conversas! Uma prosa mais alargada ou um até logo apressado! Um mal entendido no whats ou uma homenagem daquelas no face! As palavras subsistem na nossa expressão de ser e nos comunicar uns com os outros.
Quanta ansiedade no construir do sentido escrito! Será que me fiz entender? Mal interpretada? Criticada? Agressiva? Elogiada? Cordial? Diplomática? Amada? Não sei! Sei que escrever é um ato de coragem, da palavra espontânea até aquela pensada e analisada, por horas, dias, meses, anos.
Não deixe o ódio e o rancor tomarem conta de suas palavras. Elas são sagradas. São um quadro colorido, fruto de um processo brilhante do nosso ser. Por isso, não tenha medo das palavras! Não se paralise com elas! Deixe que elas lhe tragam um colorido!
Poetize-se com a harmonia e caos da natureza! Deixe que as palavras o definam, que o preencham, que o transcorram e, ao mesmo tempo, digam pouca coisa ou quase nada, em um emaranhado de sentidos.
Permita “ser e não ser”! Permita-se aprender e errar! Pois, como diz, a boa e velha sabedoria popular: ”é errando que se chega lá” e é “escrevendo que se aprende”.
O erro faz parte da composição da aprendizagem. Não importa o quanto o desqualifiquem ou venham com a “sacada” da genialidade. Ela é feita de pequenos passos, por caminhos orientados e iluminados ou outros tortuosos.
Em que, você bate a cabeça na parede até encontrar um buraco, uma janela, quem sabe, uma porta. Um novo passo para sua evolução. Uma nova estrada para sua aprendizagem.
Só a prática nos traz a arte de um lapidado, diante de um diamante bruto. Uma boa idéia só vira uma boa comunicação diante do esmero do nosso carinho pelas palavras. Amá-las é ato de autonomia, de libertação das teias que nos amarram ao que os outros dizem.
É preciso se amar e falar, escrever, poetizar-se para ser cada vez mais você. É preciso escrever, apagar e voltar a reescrever. Perpassar por cada vírgula, cada ponto, casa frase e cada parágrafo. Fazer sinfonias do ato escrito. Como diz Paulo Freire, permitir que a escrita e que a fala o emancipe.
Deixe as palavras permearem em você! Fazerem elucubrações e hipóteses! Deixe-as percorrem por outros lugares. Viajarem por outros tempos históricos. Passarem por outras pessoas e situações. Voltarem e o refazerem.
Deguste cada pensamento, cada balbuciar, sussurro ou onda sonora. Junte os pormenores com os pormaiores, equilibre os medianos, tempere com carinho e faça uma bela fórmula matemática de comunicação e amor.
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